Atualmente, a coordenação do MST contabiliza mais de 5 mil famílias que estariam aguardando um lote de terra para ser assentadas. "Desde 1999, os assentamentos não estão sendo feitos e, ao invés de regularizar as áreas já desapropriadas o governo estadual usa a a Polícia Militar para desocupá-las", afirmou Roberto Baggio, da coordenação do movimento.
Segundo Darci Frigo, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), as duas últimas desapropriações feitas pela Polícia Militar atingiram áreas, em que as famílias estavam instaladas há anos. "Na Fazenda Solidor, os sem-terras estavam aguardando o processo de regularização dos lotes há 14 anos. E na Fazena Água da Prata, a espera era de dois anos e nove meses", informou.
Para o advogado da CPT, as recentes desapropriações estão sendo feitas de forma irregular. "As ações estão sendo feitas na Justiça comum, quando o processo deve tramitar na vara federal, já que apenas essa vara tem competência para isso", disse.
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Na avaliação do coordenador do MST, Roberto Baggio, é preciso que todo os processos referente a reforma agrária e também aos conflitos de terra sejam conduzidos pelo Ministério Público Federal. "Há um atrelamento entre os órgãos estaduais e o governo Jaime Lerner. Só haverá isenção se o processo for conduzido na área federal ", afirmou.
De acordo com ele, apenas os sem-terra estariam sendo processados pela Justiça paranaense. "Os fazendeiros, jagunços e as milícias não estão sendo sequer investigada pelo aparato de segurança do Paraná", denunciou Darci Frigo.
Frigo disse que o movimento e as entidades que estimulam a reforma agrária estão gastando suas forças para se defender de uma ação,dita por ele como orquestrada para desestabilizá-los. "O diálogo encerrou há muito tempo. E que sofre com isso são as pessoas que esperamuma terra na beira de estradas", resumiu Roberto Baggio.