Um estudo inédito no Brasil no qual portadores de câncer avançado de próstata foram submetidos a tratamento quimioterápico sistêmico pela introdução de uma nova droga (a estremustina) foi desenvolvido com exclusividade pelo Serviço de Urologia do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal do Parana (UFPR), em Curitiba. Os resultados foram satisfatórios: três pacientes que utilizaram o produto durante três meses mostraram-se resistentes à dor ocasionada pela doença e pelo tratamento quimioterápico.
Dos seis centros brasileiros que iniciaram o estudo há um ano, apenas o HC o concluiu. Isso porque, segundo o chefe do Serviço, o urologista Luiz Carlos Rocha, é difícil conseguir que seis pacientes que possuam a doença em estágio avançado concluam o tratamento. "Dos seis que foram recrutados, quatro iniciaram as terapias e três concluíram o tratamento. Muitos dos pacientes são de outras localidades e têm dificuldade de permanecer em Curitiba", justificou Rocha.
Ele destacou que o câncer de próstata não é habitualmente tratado com quimioterapia. "Até agora, o tratamento para estágio avançado da doença era tratado com hormonoterapia, cirurgias e radioterapia", informou.
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O novo tratamento consiste em aplicações diárias em três ciclos diferentes, com duração de três meses e intervalo de duas semanas. "Durante a terapia fomos diminuindo a quantidade de analgésicos e mesmo assim, os pacientes sentiam pouca dor. Em estágio avançado, a doença não tem cura. Mas pelo tratamento os pacientes tem melhora significativa na qualidade de vida ", explicou o urologista.
O câncer de próstata é mais comum em homens acima dos 45 anos. Os sintomas só aparecem quando a doença já está avançada. Por isso, é importante fazer exames preventivos. Obstrução ao fluxo da urina; sangue na urina; dores nos ossos e aumento da próstata, são alguns dos sintomas. Este é o tipo de câncer mais frequente e a segunda causa de morte por câncer entre os homens. Mais de 120 mil brasileiros adquirem a doença e 20 mil morrem por ano no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia.
No ambulatório de Urologia do HC, são atendidas mais de 70 pessoas por dia com suspeita de câncer na próstata. "Mensalmente surgem 20 novos casos da doença. De 7 a 13% da população masculina, que procura o hospital, possui a doença", disse Rocha. Contou que no setor de urologia são realizadas 70 mil consultas por ano. Mais de 70% dos pacientes acometidos pela doença são curados por cirurgias. Os outros 30% não são curados porque a doença se encontra em estágio avançado.
Um novo estudo, também pioneiro no País, pela utilização de outra droga, cujo nome não foi divulgado pelo HC, será desenvolvido daqui há um mês para pacientes com quadro avançado da doença. O hospital já está recrutando voluntários. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone: (0XX41) 360-1891.