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Número de acidentes de trabalho ainda é grande

Israel Reinstein - Folha do Paraná
08 fev 2001 às 12:16

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Nos últimos dez anos, mais 324 mil trabalhadores paranaenses estiveram envolvidos em algum tipo de acidente no emprego. O número de vítimas é superior ao número de habitantes de cidades como Cascavel, Foz do Iguaçu e Maringá. Já quando se fala em mortes, no período de 1990 a 2000, foram registradas 3.230 ocorrências.

Essas informações constam no Anuário Estátisco da Previdência Social (AEPS), que coleta dados do Ministério da Previdência e Assistência Social. "São situações que poderiam ser evitadas com educação e continuidade nos programas de prevenção", avaliou o presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Paraná, Adir de Souza.

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Souza informou que esses números são apenas do setor formal, onde o trabalhador tem garantido os seus direitos. Porém a situação é pior na economia informal. "De cada acidente com trabalhador regularizado, outros três aconteceram com aqueles sem nenhum vínculo trabalhista", disse. "São pintores autônomos que ficam paralíticos ao cair de um andaime e depois não são assistidos pelo governo", disse.

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Souza avaliou que, apesar dos números preocupantes, a prevenção contra acidentes de trabalho vem melhorando. "Desde que se começou a levantar as estatísticas sobre o assunto, em 1972, o quadro vem melhorando", disse. Na última década, na média, foram registrados por ano 32.462 acidentes, com 323 mortes em 12 meses. "É um número menor de mortos", avaliou. Desde 1972 até 1998, 200 mil pessoas morreram em acidente de trabalho, o que equivale à população de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba).


O presidente do Sindicato disse que a maioria dos acidentes se concentra no local do trabalho. Em geral, o trabalhador com menor salário e instrução acaba sendo o mais atingido. Setores como a construção civil ou do segmento extrativista são os que mais sofrem. "O trabalhador que não tem o que comer e onde morar acha frescura colocar um capacete e luvas para trabalhar", disse.

Adir Souza entende que a maneira mais fácil de instruir este funcionários é pela educação e prevenção. "De cada um real aplicado para se evitar um acidente, o empresário ganha R$ 4,00 em produtividade", afirmou, valendo-se de cálculos do economista Celso Pastore. "O Brasil tem tecnologia e conhecimento de evitar acidentes nas empresas. Basta querer", disse.


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