A Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar) acusa a Prefeitura de Mandirituba (Região Metropolitana de Curitiba) de implantar o Parque Industrial e de Serviços em cima de uma área de manancial. Segundo denúncia da Amar, estariam acontecendo extrações irregulares de árvores e o soterramento de rios.
Além disso, a Amar denuncia que o parque industrial não possui Estudo de Impacto Ambiental (EIA). No entanto, a Prefeitura de Mandirituba e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informaram que há licenciamento adequado para implantação do parque. Enquanto isso, a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente abriu um procedimento de investigação para analisar se houve infrações.
De acordo com a presidente da Amar, Lídia Lucaski, perto da empresa Taurus -que está em processo de instalação- houve cortes de árvores ou de suas raízes, por exemplo, em araucárias. A reportagem da Folha esteve no local, onde encontrou uma araucária derrubada. "A árvore foi derrubada com autorização do IAP", rebateu o prefeito de Mandirituba, Luiz Carlos Chimim Claudino, que enviou por fax cópia da autorização, datada de 1998.
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Para Lídia, o problema não se limita nas árvores. Segundo ela, estaria havendo degradação do manancial formado na região do Rio Maurício, próximo da BR-116. "O rio é usado na captação de água que abastece Fazenda Rio Grande" (município vizinho de Mandirituba), criticou a ambientalista. Mas, desde o começo do ano passado, a Sanepar desativou a captação do Rio Maurício para o Rio Despique.
"Essas acusações parecem uma perseguição", queixou-se o prefeito Luiz Chimim Claudino. De acordo com ele, todas as mudanças na região foram realizadas obedecendo o legislação ambiental. No entanto, a prefeitura já tinha sido multada pelo IAP, quando realizou a terraplenagem na região. Na época, o instituto determinou que fosse feito o replantio das árvores e a recuperação de um trecho do Rio dos Patos.
O presidente do IAP, Mário Sérgio Rasera, disse que as multas para a prefeitura foram frutos das denúncias de Mandirituba. Segundo ele, as duas empresas instaladas na região -um frigorífico e a Taurus- estão funcionando conforme estabelece a legislação. "As demais empresas que vierem a se instalar terão que obter uma autorização específica para operar",disse.
Mas além da questão ambiental, Lídia Lucaski denunciou o uso de caminhões da Prefeitura de Curitiba na região do parque industrial. Fotos tiradas pela ambientalista mostram veículos com a logomarca de Curitiba colocada no vidro. No entanto, a assessoria de imprensa da prefeitura disse que os caminhões não são do município, mas de uma empresa terceirizada -a Raphael F. Greca & Filhos.