O ex-secretário de Finanças de Maringá Luiz Antônio Paolicchi, 43 anos, foi localizado pela Polícia Federal em Florianópolis no início da noite de quinta-feira. Com prisão preventiva decretada pela Justiça Federal de Maringá desde 16 de outubro por improbidade administrativa, formação de quadrilha, concussão e desvio de verbas, Paolicchi estava hospedado com o nome de Gílson Kretzer no Samuka Hotel, na servidão Pedro Manoel Fernandes, Lagoa da Conceição, Leste da Ilha de Santa Carina. Com ele, havia dois amigos, identificados apenas como Adalmir de Souza e Éverson.
A PF apreendeu com ele US$ 54 mil, R$ 34,4 mil, três telefones celulares, um relógio Rolex, uma caneta Montblanc e documentos pessoais, entre os quais dois passaportes (um brasileiro e um italiano). Também foi apreendido - e ontem à tarde estava em fase de desmontagem na Polícia Federal, para a localização de possíveis "esconderijos" na carroçaria - o jeep Cherokee preto pertencente ao ex-secretário. Paolicchi e os amigos estavam ocupando dois quartos no Samuka desde o dia 3 de outubro, um domingo.
Um funcionário do hotel disse que eles haviam tentado hospedar-se no "resort" Costão do Santinho, no Norte da Ilha, mas não encontraram vaga. Depois de procurarem sem sucesso outros hotéis do tipo "resort", acabaram se hospedando no Samuka. "Eles se comportavam como hóspedes normais: durante o dia iam conhecer as praias, à noite procuravam os restaurantes; eles não cometiam extravagâncias", revelou o funcionário, que preferiu manter-se no anonimato.
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Além do dinheiro e da documentação, a PF encontrou entre os pertences do ex-secretário várias cópias de comprovantes de depósitos bancários e de cheques lavrados em nomes de terceiros, "de somas consideráveis", segundo o superintendente da Polícia Federal em Santa Catarina, Aroldo Boschetti Soster. Tudo isso, além das agendas de Luiz Antônio Paolicchi, foi apreendido e encaminhado à Justiça Federal de Maringá. O ex-secretário foi ouvido em depoimento até as 3 horas de ontem. "Alguma coisa ele "abriu" nesse depoimento, mas, como tudo está sob segredo de Justiça, não posso revelar o que ele falou", disse Soster.
Quando teve a prisão preventiva decretada, informou o superintendente da PF, Paolicchi estava na Itália. Ainda em outubro, ele voltou para o Brasil, desembarcou em São Paulo e ficou por lá até o início de dezembro, quando viajou para Florianópolis. Ontem, por volta das 14h30, ele embarcou num avião do Departamento de Polícia Federal, de volta a Maringá.