A indicação da Pastoral da Criança para o Prêmio Nobel da Paz ganhou apoio do governador Jaime Lerner e sua mulher Fani Lerner, secretária estadual da Criança e Assuntos de Família. Os dois lançaram um "livro de ouro" para recolher assinaturas em apoio à indicação da entidade.
Em 17 anos de existência, a Pastoral da Criança conseguiu verdadeiros milagres. O mais notável é a redução da mortalidade infantil, que caiu para quase um terço nas áreas atendidas pela entidade. O que mais impressiona é o baixo custo desse trabalho, de apenas R$ 1,00 mensal por criança. Valor obtido graças à mobilização que a Pastoral consegue criar nas comunidades.
Ao contrário da maioria das iniciativas, que vive com dificuldades em obter ajuda, a Pastoral conta com a participação de 152 mil voluntários em 3,2 mil municípios do País. É por esse trabalho que a Pastoral da Criança será indicada, oficialmente pelo presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em solenidade a ser realizada dia 21 de dezembro em Brasília, para o Prêmio Nobel da Paz de 2001.
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A confirmação da indicação da Pastoral da Criança ao prêmio foi feita pelo assessor internacional do Ministério da Saúde, José Marcos Nogueira Viana, integrante da comissão nacional que estuda as indicações. Presidida pelo ministro José Serra, 21 pessoas compõem a comissão, entre artistas, empresários, jornalistas e religiosos. Segundo Viana, embora o abaixo-assinado não tenha nenhum peso na decisão internacional, é uma demonstração de que a população brasileira está apoiando a indicação do governo.
Até hoje o Brasil não conseguiu nenhum Prêmio Nobel em nenhuma área, apesar de já ter concorrido outras vezes. Desta vez, a Pastoral deve concorrer com cerca de cem entidades ou pessoas indicadas por vários outros países. A indicação deve ser encaminhada pelo presidente até 31 de janeiro e o ganhador do prêmio deve ser divulgado em meados de outubro na cidade de Oslo, na Noruega.
"O trabalho da Pastoral é muito importante para incentivar a paz no mundo, e por isso eu tenho esperanças de ganharmos o prêmio", afirmou a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, a médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann. Zilda, na verdade, é uma das fundadoras e principal incentivadora do trabalho da Pastoral, tendo recebido diversos prêmios, medalhas e títulos de reconhecimento por esse trabalho.
Enquanto no Brasil a mortalidade infantil foi de 36 crianças para cada mil nascidos vivos, em 1999, de acordo com a Unicef, nas áreas atendidas pela Pastoral esses números estão entre 11,7 e 17,6 mortes por mil nascidos vivos. No Paraná o coeficiente de mortalidade cai para 9,4/mil em algumas regiões.