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Após tragédia

Pedestres ignoram a trincheira e se arriscam na linha na região de Londrina

Paulo Monteiro - Grupo Folha
09 jan 2017 às 18:33

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- Paulo Monteiro/NossoDia
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Com passagem segura a poucos metros, pedestre improvisa caminho e enfrenta o perigo no mesmo lugar onde crianças morreram atropeladas Durante décadas, a comunidade de Cambé pediu a construção de uma trincheira sob a linha férrea, entre as ruas Belo Horizonte e Curitiba, na região central do município. O motivo? Motoristas e pedestres tinham de aguardar por muitos minutos a passagem do trem. Porém a solicitação só foi atendida após uma tragédia. Em 2009, duas crianças foram atropeladas e mortas por vagões no local. A trincheira foi construída e finalizada em 2011. O problema é que alguns pedestres a ignoram e continuam se arriscando sobre a linha.

O NOSSODIA registrou os abusos. Até crianças, após deixarem o colégio estadual Olavo Bilac, a cerca de 100 metros, ultrapassam a linha caminhando. Para facilitar a ligação entre o centro de Cambé e a Vila Mesquita, o alambrado que impedia a circulação foi danificado e a passagem novamente aberta. Além do risco de novos atropelamentos, os pedestres podem se ferir ao descer de uma antiga plataforma e até tropeçar na linha. "Eu teria que andar muito mais para passar pela trincheira", tentou justificar uma mulher enquanto superava o obstáculo.

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"É uma pena. Os moradores da região pediram tanto pela construção da trincheira. O governo construiu, mas logo depois eles passaram a ignorar a passagem para se arriscar na linha de trem", contou o caminhoneiro Israel Caetano, que trabalha nas proximidades há mais de 20 anos, oferecendo fretes. "Duas crianças já morreram neste mesmo lugar e ainda não aprenderam sobre o perigo que estão correndo", observou ele.

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Ignorada, estrutura custou R$ 3,8 milhões


O caminhoneiro Israel Caetano se referia ao triste episódio que chocou o Paraná. Em novembro de 2009, duas meninas, de 11 e 12 anos de idade, foram atropeladas por vagões de um trem que manobrava no local. As duas tiveram parte do corpo esmagado. Na ocasião, a assessoria de imprensa da ALL informou que as vítimas atravessaram a ferrovia no meio de dois vagões, no pátio de cruzamento ferroviário para movimentação de composições. A trincheira então foi executada a cerca de 50 metros.


Divulgação
Divulgação

O governo do estado atendeu ao velho pedido e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) finalizou a construção em 2011. Entre os serviços de terraplenagem, pavimentação asfáltica, drenagem e obras de arte correntes, além de sinalização, o serviço custou aos cofres paranaenses cerca de R$ 3,8 milhões. A reportagem ouviu ainda a Secretária municipal de Planejamento de Cambé. "O município deve buscar contato com a Rumo/América Latina Logística (nova companhia, resultante da fusão entre Rumo e ALL) em busca de uma solução para inibir este comportamento de parte dos pedestres, antes de qualquer intervenção no local", adiantou o engenheiro Mário Vander Martins, que deve assumir a pasta nos próximos dias.


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