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Em Curitiba

Pichadores passam o dia limpando e pintando escola

Redação - Bonde
30 set 2002 às 15:12

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O que era para ser apenas mais um ato de vandalismo acabou se transformando em lição de moral para sete ex-alunos da Escola Municipal Maria Clara Brandão Tesserolli, que fica no bairro Novo Mundo. Há pouco menos de um mês, um paredão de cerca de 80 metros quadrados da escola amanheceu todo pichado. O diretor descobriu o nome dos infratores, chamou os pais e, juntos, eles definiram o "castigo" para o ato. No sábado, os meninos passaram o dia limpando e pintando o muro.

O trabalho só não foi mais difícil porque outros pais, professores e alunos se revezaram para ajudar na tarefa. Até um violão foi levado à escola para animar o dia. Diego Soares, de 16 anos, que ora tocava violão, ora limpava a parede, entendeu o recado. "Estudei desde o pré nesta escola e minha mãe me disse que o mínimo que podíamos fazer era consertar a bagunça que fizemos", disse, enquanto esfregava a parede com uma esponja de aço e um spray especial usado para remover a tinta.

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A Escola Maria Clara Tesserolli possui cerca de mil alunos do pré à oitava série. Diego não estuda mais lá, mas conta que numa quinta-feira, por volta das oito da noite, estava na casa de amigos quando foi convidado a ajudar na pichação. "Foi a primeira vez que fiz isso e logo depois ficamos arrependidos", afirma. Mas, para piorar, dois dias depois outros dois ex-alunos resolveram completar o trabalho de pichação. "Levei um susto quando vi a parede, mas decidi que era preciso descobrir quem havia feito aquilo", lembra o diretor Armando Teruo Matsumoto. Já na sexta-feira ele ficou na entrada da escola interrogando as crianças. Quando um aluno entregou um dos participantes, ficou fácil descobrir o nome dos outros. Agora, no mesmo paredão, crianças de 1ª a 4ª séries trabalharão na criação de um painel.

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A lição não serviu apenas para os pichadores. "Abordamos o tema em sala de aula e mostramos que é preciso conservar o patrimônio público", disse a professora Andressa Pereira, que no dia-a-dia lida com crianças de 8 e 9 anos de idade. Segundo ela, os alunos ficaram chocados quando entraram na escola e viram o muro. Além dos professores, alguns pais também tiraram proveito da pichação para ensinar os filhos. A dona-de-casa Cleusa Pereira Skrippa, por exemplo, levou Giuseppe Skrippa, de 11 anos, para participar da limpeza. "Estou ajudando a deixar minha escola bonita, porque pichação é muito feia", disse o garoto. "Espero que ele nunca faça isso", completou a mãe.


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