O policial civil Edson Clementino da Silva, o "Lambe-Lambe", confessou na madrugada de ontem sua participação no atentado à Promotoria de Investigações Criminais (PIC), ocorrido no dia 29 de dezembro. Ele negociou que vai colaborar com as investigações em troca da redução de uma eventual pena. De acordo com o delegado-chefe da Divisão de Narcóticos (Dinarc), Adauto Abreu de Oliveira, Lambe-Lambe disse que incêndio criminoso teve o envolvimento direto do segundo tenente Alberto Silva Santos e de um terceiro homem que a polícia tenta identificar. O delegado disse que vai pedir hoje à Justiça as prisões preventivas de Lambe-Lambe e do segundo tenente.
A confissão de Lambe-Lambe pode causar uma reviravolta nas investigações e apontar o verdadeiro mandante do crime. Adauto disse que o segundo tenente Santos sabe quem é o mentor do atentado. Ele nega envolvimento com o caso. Em depoimento, Lambe-Lambe contou que Santos ofereceu R$ 5 mil para participar de "uma ação". O policial relatou que aceitou, mesmo sem saber o que seria. Lambe-Lambe disse que ficou com a missão de dirigir o carro do segundo tenente Santos até a sede da PIC, no bairro Alto da Glória. O veículo, um Gol branco, está sendo procurado.
Durante o trajeto, o segundo tenente Santos teria mencionado uma frase que pode apontar quem é o mandante do crime. O delegado Adauto de Oliveira disse que, por enquanto, não pode revelar o que Santos falou para Lambe-Lambe, mas informou que o mandante é um "figurão" de Curitiba. "O mentor intelectual e o terceiro autor desconhecido têm características físicas bastante parecidas", acrescentou Adauto.
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Na chegada à PIC, Lambe-Lambe disse que buzinou para que o vigilante José Zetti abrisse o portão. Zetti pensou que eram policiais que davam proteção aos promotores, mas foi rendido pelo segundo tenente Santos e o terceiro homem que ainda está tendo sua identidade apurada. O frentista do posto que abasteceu o carro e encheu os galões com o combustível usado no incêndio foi submetido à hipnose e reconheceu os três. Enquanto os dois espalhavam gasolina pela promotoria, Lambe-Lambe contou que ficou dando voltas na quadra para esperá-los.
Quando terminaram, Santos telefonou de seu celular para o celular de Lambe-Lambe, confirmando que o serviço tinha sido feito. Essa era uma das evidências levantadas pela polícia que colocava os dois policiais na linha de frente do atentado. Depois que o incêndio foi consumado, Lambe-Lambe relatou que o segundo tenente e o terceiro homem, que ele afirma não conhecer, o deixaram na lanchonete X-Picanha e foram embora.
Desde que foi preso, no dia 12 deste mês, Lambe-Lambe negava qualquer vínculo com o caso. Disse que estava numa boate durante quando aconteceu o atentado. Nenhuma das cinco testemunhas chamadas na sexta-feira confirmou sua versão. Adauto disse que a confissão de Lambe-Lambe descarta o envolvimento do policial civil Mauro Canuto e do sargento Ademir Leite Cavalcante, que estão presos, e do advogado Antônio Pellizzetti. Hoje, à meia-noite, vence o prazo de prisão temporária de Canuto, Cavalcanti e de Lambe-Lambe.