Os dados dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que nos últimos 15 anos o índice de mortes por homicídios subiu 32%, de 19,2 por cem mil habitantes para 25,4 para cem mil habitantes. O Paraná é o estado do Sul com maior índice e oitavo estado do país com 29,5. Alagoas, Espírito Santo e Pernambuco apresentaram os piores índices entre os estados, com 59,5; 53,3 e 53 mortes por homicídio a cada cem mil habitantes, respectivamente.
Para o coordenador do Centro de Estudos de Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê, a diferença entre os índices do Paraná e os demais estados do Sul pode ser resultado da influência da tríplice fronteira (entre Paraguai, Argentina e Brasil) na segurança do estado. ''O Paraná é um corredor do tráfico de drogas, de armas'', explica.
Os números do IBGE mostram que o número de vítimas do sexo masculino é 1.123% maior que o de mulheres. O índice de mortalidade por homicídio entre os homens é de 47,7, enquanto que o das mulheres é de 3,9. A situação é igual em todo o país. No Paraná, em 2007, aconteceram 55,1 assassinatos com vítimas do sexo masculino a cada cem mil habitantes enquanto que o número de mortes de mulheres foi de 4,5 a cada cem mil habitantes.
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Para Bodê, o problema é que ''a vida desses jovens vale muito pouco''. ''Temos que criar formas de valorizar essas vidas porque a violência é letal principalmente com homens jovens, negros e pobres'', aponta. O pesquisador explica que é necessário aumentar o controle sobre a circulação de armas no país e que é falsa a noção de que a impunidade estimula a violência. ''Essa população já é hiperpunida. O que precisa é qualificar a ação do Estado e valorizar a vida'', defende.
A delegada titular da Delegacia de Homicídios de Curitiba, Vanessa Alice, diz que apesar dos dados do IBGE, os números de assassinatos em 2010 vem registrando queda. ''Desde o início do ano houve uma redução do número de casos de homicídio'', destaca. Para Vanessa, os homens estão mais expostos à violência porque se envolvem mais com o consumo e tráfico de entorpecentes. ''A participação da mulher é bem menor, apesar de que isso está crescendo'', alerta.