Professores da rede estadual de ensino do Paraná temem receber descontos nos salários por conta de supostas falhas no sistema instituído no início deste mês pela Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte) para o registro da presença nas aulas remotas. Para a Seed, o novo sistema veio para dar mais autonomia aos diretores das escolas, que, até o momento, não possuíam uma só ferramenta para verificar a presencialidade dos docentes nas aulas remotas durante a pandemia. Já o NRE (Núcleo Regional de Educação) de Londrina disse que nenhum professor que cumpriu o horário corretamente será prejudicado. Mesmo assim, pedidos de providências foram protocolados no Ministério Público do Trabalho e no Ministério Público do Paraná para evitar descontos nos vencimentos.
A resolução com os novos critérios para o registro de frequência foi publicada no dia 11 de março e as novas regras passaram a valer no último dia 29. Ficou estabelecido que a presença será confirmada mediante a realização das aulas através da plataforma Google Meet, com, no mínimo, 40 minutos de duração cada. No documento, ficou estabelecido que a instabilidade no serviço de internet da "instituição de ensino” abonaria da falta do professor, além de motivos já previstos, como afastamento por problemas de saúde, entre outros. Além de reafirmar que a responsabilidade é dos diretores das escolas, o documento nada estabelece sobre problemas com a rede ou energia elétrica na residência dos professores, há um ano e quatro meses com aulas remotas.
Procurada pela reportagem, a professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa em Londrina, Sheila Aoki, 47, possui carga horária de 27 horas por semana. Mesmo tendo ministrado todas as aulas normalmente, contou que várias faltas foram registradas. "Foi falado que essas faltas serão justificadas, o que não pode acontecer, pois falta prejudica o professor depois e nós não faltamos. É muito injusto. No meu caso, são três dias consecutivos, sendo dois que dou 11 aulas por dia de 40 minutos”, lamentou.
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Mãe e professora, contou que vive as duas realidades. Em frente ao computador diariamente no período entre 7h15 e 17h, avaliou que os professores estão "esgotados" e que essas faltas deveriam ser abonadas. "Mais uma vez colocar o professor como linha de frente dos problemas é muita injustiça", lamentou.
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