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Professores rompem cerca e acampam em frente ao Palácio

Maigue Gueths - Folha de Londrina
23 abr 2002 às 16:48

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Momento em que os professores romperam a grade que cerca o Palácio Iguaçu - José Suassuna
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Os professores da rede estadual de ensino que acamparam em frente ao Palácio Iguaçu, depois de terem rompido o portão de uma cerca, receberam apoio das mulheres de PM e até de cegonheiros, que estavam protestando na Assembléia Legislativa.

Os motoristas de caminhões que transportam carros, chamados de cegonheiros, são da empresa Gabardo, que prestava serviços para a fábrica da Renault, em São José dos Pinhais. A montadora rompeu contrato com a empresa e eles ficaram sem emprego. Por isso estavam protestando junto a deputados, no Centro Cívico. Quando os professores invadiram a área cercada, eles decidiram engrossar o movimento.

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A manifestação começou com uma concentração na praça Santos Andrade e seguiu em passeata até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, com a participação de cerca de 2,5 mil pessoas. O momento mais tenso aconteceu por volta das 11 horas, quando os professores romperam um cadeado do portão, e entraram, junto com o caminhão de som, para dentro da estrutura de ferro que cerca todo o Palácio.

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''Nós só vamos sair daqui com uma resposta'', dizia o presidente do Sindicato dos Professores do Paraná, Romeu Miranda. Os manifestantes chegaram a montar uma barraca de madeira em frente à Assembléia Legislativa, ameaçando ficar acampados no local até serem recebidos pelo governo. Perto do meio-dia ficou acertado que uma comissão com 25 professores (dois representantes da APP Estadual e um membro de cada delegação) seria recebido por uma Comissão de secretários (da Administração, do Governo, Casa Civil e da Segurança), uma vez que o governador Jaime Lerner não se encontrava em Curitiba.

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O impasse, no entanto, persistiu. Enquanto o governo exigia que a categoria se retirasse do pátio interno para receber a comissão, os professores só aceitavam se retirar com a garantia depois que houvesse negociação entre as partes.


Professores e funcionários reivindicam reposição salarial de 65%, referente à inflação desde 1995, quando tiveram o último reajuste. ''Eles dão gratificação para policiais, abono para outros servidores e nada para os professores. Se o governo não tem condições de dar este reajuste de uma vez, então que sente conosco e negocie uma proposta de cronograma para este pagamento'', disse Miranda.

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Os professores também contestavam a propaganda que o governo vem fazendo na televisão, na qual fala que está liberando R$ 800 milhões para a saúde e educação.


Trabalham nas escolas estaduais, segundo a APP, cerca de 60 mil professores e 40 mil funcionários. Destes, apenas parte dos técnico-administrativos, que fazem parte do quadro geral, estão recebendo a gratificação de R$ 100,00 do governo. Segundo os manifestantes, os salários dos professores variam entre R$ 253,00 - pago ao professor de primário - a R$ 721,00 - vencimento de um profissional no último nível e com pós-graduação.

O governo discorda destes números apresentados pela APP. A assessoria de imprensa da Secretaria da Educação afirma que são 40 mil professores e mais 25 mil funcionários. Ainda segundo a secretaria, todos receberão a gratificação ofertada pelo governo.


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