Professores da rede estadual de ensino deflagram, a partir desta quinta-feira, uma greve geral por tempo indeterminado. A Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) está organizando manifestações, a partir das 9 horas, em Curitiba, Cascavel, Londrina, Maringá, Campo Mourão, Toledo e Foz do Iguaçu.
Na Capital, os professores se concentrarão na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A expectativa da entidade é de que a adesão ao movimento atinja entre 60 e 70% dos 50 mil professores.
Parte dos professores iniciaram, há uma semana, uma paralisação parcial, reduzindo as aulas de 50 para 30 minutos. A operação-tartaruga, segundo a APP, obteve adesão de cerca de 60% do quadro de professores em todo o Estado. Como nesse período não houve qualquer negociação das reivindicações, eles decidiram partir para a paralisação total.
Leia mais:
Parceiro da Escola: em dois dias, 23,5 mil pessoas participaram da consulta pública
Do CEEBJA à universidade: idosos de Londrina comemoram vaga no ensino superior
Defesa Civil do Paraná alerta para risco de fortes tempestades de sábado até segunda
Matrículas da rede estadual do Paraná para 2025 encerram nesta sexta-feira
A categoria reivindica reajuste salarial de 50,03%, implantação de um plano de carreira, cargos e salários, adoção de hora-atividade de 20%, revogação do decreto da Secretaria de Estado da Educação que trata do processo de escolha dos diretores e a suspensão do projeto 411/00 que, de acordo com a APP-Sindicato, extingue a carreira estatutária.
O diretor do Paraná Educação, Cláudio Bomfati, voltou a afirmar que este não é o momento apropriado para uma greve, porque o governo não tem dinheiro para conceder qualquer aumento. Ele lembrou que o reajuste para os servidores do Estado já está sendo estudado e será incluído na previsão orçamentária para 2002.
Para Bomfati, uma greve agora não vai trazer benefícios para a categoria. "Alunos e os próprios professores serão prejudicados, pois terão que repor as aulas no período de férias." Ele lembrou que os mais prejudicados serão os alunos do 3º ano do ensino médio, que deixarão de fazer vestibular caso haja atraso no calendário escolar.
A última greve teve início em 10 de maio do ano passado, com paralisação parcial. A partir do dia 23 desse mesmo mês iniciou-se a greve geral que durou até o dia 17 de junho. A greve foi encerrada mediante acordo com o governo. Muitos dos itens reivindicados agora, informou o sindicalista, já faziam parte da pauta do movimento do ano passado e não foram cumpridos pelo governo.