O que a maioria das pessoas quer sempre desfazer-se com rapidez virou objeto de pesquisa e trabalho para o fotógrafo Tarcísio Costa. Pesquisando formas abstratas ele viu no material da usina de reciclagem de lixo a fonte de inspiração para a exposição "Interferência" que abre hoje, às 20 horas, no Beto Batata.
"O lixo que vai para a usina é todo organizado e evoca consciência ecológica, seres evoluídos. Por isso, manipulei as imagens obtidas na usina inserindo figuras humanas", conta Tarcísio Costa, que é professor de fotojornalismo e fotopublicidade na Universidade Tuiuti. Ele argumenta que ao mesmo tempo que para algumas pessoas o lixo é coisa séria que deve ser tratada com responsabilidade, para outras, é apenas algo nojento que se deve manter longe das vistas.
O ser humano é um grande produtor de lixo, mas pouquíssimas pessoas percebem que até no lixo pode haver imagens interessantes. "Fazer essas fotos foi como brincar de procurar formas nas nuvens", conta. O idéia de fotografar o lixo surgiu quase que por acaso, numa visita que fez à usina em Campo Magro.
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As interferências dizem respeito aos químicos como branqueadores e viradores que o fotógrafo utiliza no laboratório. Este tipo de projeto vem sendo desenvolvido há algum tempo por Tarcísio Costa. Começou com fotografias de um casarão demolido, que ele fotografou inserindo imagens de figuras humanas. Todas as 12 fotos da exposição são em preto e branco em sépia. Tampas de latões de lixo são as molduras dessas fotos.
Serviço: Exposição "Interferência", do fotógrafo Tarcísio Costa, de hoje, às 20 horas, ao dia 20 de março, no Beto Batata, à Rua Professor Brandão, 678 telefone 262-0840.