Um relatório elaborado pelo Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) apontou falhas no projeto do metrô de Curitiba, que prevê a construção de uma linha de 14,2 quilômetros, entre a CIC-Sul e a Santa Cândida. O estudo, elaborado por uma Comissão de Auditoria do Tribunal, em 2011, faz restrições aos métodos construtivos, custos e impactos ambientais do projeto elaborado por gestões anteriores da Prefeitura.
Por determinação do prefeito Gustavo Fruet, a Prefeitura decidiu rediscutir o metrô curitibano. Esta semana foi lançado um chamamento público ao mercado, para que sejam sugeridos novos estudos sobre o projeto, que foi considerado inconsistente pela Comissão de Revisão instituída no início do ano. Um dos pontos questionados é justamente o método de construção.
O relatório do TCE aponta o método escolhido, o cut and cover, como uma das falhas do projeto. Além considerar que o sistema (que consiste em escavações a céu aberto), apresentaria riscos "e transtornos aos habitantes da cidade". O Tribunal também vê desvantagem de preço em relação a outro método, o Shield, que não foi considerado no projeto original.
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"Além de ser mais seguro ambientalmente, o método é mais barato que o cut and cover. O custo na adoção deste método seria de R$ 41,7 milhões por quilômetro, 47% inferior aos R$ 61,2 milhões por quilômetro do "cut and cover", afirma o relatório.
O outro sistema adotado pelo projeto original, o NATM (New Austrian Tunneling Method), também é criticado pelo relatório. A Comissão de Auditoria afirma que a gestão anterior "descumpriu o edital de licitação" ao desconsiderar o risco de acidentes que podem ser causados por este sistema, que consiste na escavação de túneis com profundidade acima de 15 metros.
Na Câmara - A questão do metrô foi discutida na última quarta-feira (15), na Câmara de Vereadores. A convite da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Fábio Scatolin, falou sobre os novos estudos para a implantação do novo modal na cidade.
A Prefeitura lançou na semana passada um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), pelo qual convoca empresas do mercado a desenvolverem estudos complementares ao projeto original do metrô, que apresenta várias inconsistências.