O governador Roberto Requião (PMDB) afirmou que considera a ação movida pelo Procuradoria Geral do Mato Grosso do Sul contra o bloqueio da soja transgênica no Paraná uma "tolice".
Em entrevista à rádio CBN, Requião disse que a proibição dos trangênicos pretende defender os interesses do Paraná contra a "poluição" da soja pura produzida no Estado, aceita sem restrição em todos os países e com maior valor que a transgênica.
Requião considera que os outros Estados estão defendendo os interesses de uma multinacional e afirmou categoricamente: "Não sou funcionário da Monsanto", referindo-se à empresa norte-americana que detém o monopólio sobre a soja modificada geneticamente.
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O governador disse ainda que, antes da sanção da Lei dos Transgênicos, pela Assembléia Legislativa, na próxima segunda-feira, irá vetar o Conselho de Biossegurança proposto e regulamentar, por decreto, outro conselho. Outro artigo que deve ser vetado é o que exige licença prévia para pesquisa, que, na sua opinião, deve ser livre.
José Wanderlei Bezerra Alves, procurador geral do Mato Grosso do Sul, também em entrevista afirmou que o bloqueio exercido nas divisas do Paraná é uma afronta à Constituição, ao impedir a livre circulação de pessoas e bens, e ainda interfere em uma questão que é de responsabilidade da União, que é a comercialização interestadual.
A ação impetrada pela Procuradoria Geral do MS no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda pede uma liminar, impedindo a exigência de certificados de transgeníase nas barreiras sanitárias paranaenses. O procurador afirmou que o julgamento da ação deve ocorrer no início da próxima semana.
Perguntado sobre o possível fechamento das estradas do Paraná pelos caminhoneiros, Requião disse que não acredita que essa seja a posição dos caminhoneiros. Segundo o governador, os caminhoneiros estão sendo "usados para defender uma multinacional" e que está é a posição de um "picareta" (referindo-se ao presidente da Associação Nacional dos Caminhoneiros, José Fonseca Lopes), não dos caminhoneiros.
Sobre as plantações legalizadas de soja transgênica dentro do Paraná, sob o respaldo da medida provisória 131 do governo federal, Requião disse que pode indenizar os agricultores e queimar a soja. Ele afirmou que não quer que ninguém saia no prejuízo, mas não vai permitir a soja transgênica dentro do Estado.