Prevista para ser inaugurada neste mês, depois de quatro anos de obras, os cerca de 700 quilômetros da Rodovia do Mercosul ainda vão precisar de pelo menos mais oito meses para ficar prontos. Em todos os trechos da rodovia, formada por BRs que cortam os estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, continuam os trabalhos de duplicação, alargamento de pistas e construção de pontes e viadutos.
Em Santa Catarina, o ponto mais atrasado é a restauração da ponte sobre o rio Itajaí-Açu, na BR-101, entre os municípios de Navegantes e Itajaí. A nova ligação de 565 metros de extensão absorve o tráfego nos dois sentidos da rodovia enquanto a reforma não fica pronta. No trecho paulista da BR-116, problemas ambientais forçaram a realização de nova licitação na Serra do Cafezal.
As obras de duplicação da BR 116 em São Paulo chegaram a ficar paradas durante um ano para que fosse feito um estudo sobre o papagaio-do-peito-roxo, que está ameaçado de extinção. No Paraná, o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) ainda não tem previsão para liberar o trânsito nos 44 quilômetros de Contorno Leste. A inaguração já foi adiada por quatro vezes.
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A assessoria de imprensa do DNER em Curitiba justifica que o cronograma da Rodovia do Mercosul foi comprometido pela instabilidade do tempo nos anos de 1998 e 99. "A chuva foi cinco vezes maior do que nos outros anos", alega a assessoria. O Contorno Leste está com 80% do asfaltamento concluído. A previsão mais otimista é que o contorno, que vai fazer a ligação entre Quatro Barras e Curitiba, na região da Ceasa, seja aberta ao tráfego somente em junho.
De acordo com a assessoria do DNER, o andamento da construção do Contorno Leste sofreu atraso de 10 meses porque parte do traçado teve que ser recuado na região de Piraquara. A alteração teve que ser cumprida para proteger uma reserva florestal. O orçamento geral da União tem reservado R$ 26 milhões para empregar nas obras do contorno.
Ainda não se sabe quando será conhecido o ganhador da licitação que vai permitir a restauração do trecho duplicado da BR-116 que corta a Região Metropolitana de Curitiba. As pistas estão sem pavimentação, pontes e viadutos necessitam de alargamento, além de projetos para permitir o escoamento das águas da chuva.
No Contorno Sul, que vai ligar as BRs 116 e 277, o asfalto só chegou à metade dos 15 quilômetros de extensão da pista. Apesar da lentidão, o DNER garante que ele deve estar concluído até o final deste ano. Cerca de R$ 5 milhões estão garantidos para a obra.