A Secretaria Estadual da Saúde está recolhendo o medicamento, usado no tratamento da leishmaniose, produzido pelo Laboratório Eurofarma. A medida foi tomada porque o remédio Antimoniato de Meglumina apresentava índices elevados de chumbo e arsênios, considerados nocivos à saúde, quando em dosagens erradas. O produto da Eurofarma é distribuído aos Estados pelo Ministério da Saúde.
Por causa de denúncias de mal estar entre os usuários do medicamento, inclusive os do Paraná, o ministério fez uma avaliação em dois lotes do produto e verificou dosagens irregulares dos dois componentes químicos. "Determinamos que esse medicamento fosse retirado de circulação na rede de saúde. Se necessário, nossos técnicos vão de casa em casa para alertar os pacientes e recolher o remédio", afirmou o secretário da Saúde do Paraná, Armando Raggio.
A preocupação de Raggio é justificada pelo efeitos nocivos que podem causar o uso prolongado de chumbo e arsênio. O diretor de Vigilância e Pesquisa, Nereu Henrique Mansano, explicou que ingestões desses metais pode causar diminuição dos glóbulos brancos e vermelhos, complicação respiratória e de circulação. "Por enquanto, os registros de reações adversas causaram apenas dor muscular. e reações alérgicas", afirmou.
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Para não deixar os pacientes que usam esses medicamentos desprotegidos, a secretaria já providenciou o pedido de novo medicamento, fabricado por outro laboratório, para o tratamento da leishmaniose. O Ministério da Saúde vai enviar ao Paraná cerca de 3.300 doses do Antimoniato de Meglumina para o atendimento em caráter de emergência. No Estado, cerca de 70 pacientes iniciam o tratamento a cada mês, tomando uma injeção por dia. Com o recolhimento imediato do remédio pode haver interrupção do tratamento por alguns dias.
A compra pelo Ministério da Sáude de mais medicamento será feito em caráter emergencial. É que a empresa que ganhou a licitação para fornecer o medicamento é Eurofarma, a mesma que está tendo o remédio recolhido. O produto não vendido em farmácias e sua distribuição é controlada pelo governo federal. por causa disso, o secretário da Saúde, Armando Raggio, esclareceu ainda que a secretaria tem registro de todos os pacientes que estão em tratamento, o que irá agilizar o trabalho de recolhimento do remédio.
Doença
A leishmaniose cutânea não é transmitida diretamente de uma pessoa para a outra. A transmissão ocorre pelo mosquito Flebotomíneo, conhecido também como mosquito palha, birigui e cangalhinha, entre outros nomes populares, que tem como habitat ambientes úmidos, escuros e com muitas plantas. O primeiro sintoma da doença é o surgimento de pequenas lesões cutâneas (feridas) indolores e que provocam coceira.