O diretor-geral do Terra, provedor de acesso à internet do grupo Telefónica, Marcelo Lacerda, afirmou que quer terceirizar a operação da infra-estrutura e que busca um contrato de compartilhamento de receita nos moldes do que fez o concorrente iG com a Telemar.
Lacerda disse que o Terra cobre 220 cidades brasileiras, sendo que em 150 opera a infra-estrutura e em 90 delas tem equipamentos instalados.
Dentro do modelo de investimento próprio, o Terra só expandiria sua infra-estrutura de acesso para mais 40 ou 50 cidades porque municípios com menos de 100 mil habitantes não têm viabilidade comercial, segundo Lacerda.
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“É intenção do Terra, é parte do direcionamento estratégico, fazer negociação com empresas que se habilitem a operar esses serviços”, afirmou Lacerda durante o seminário “Internet: Determinação dos Preços e Universalização do Acesso”, realizado pela Plano Editorial em São Paulo.
Segundo Lacerda, negociações vêm ocorrendo há algum tempo, mas ainda não houve acordo sobre o preço da infra-estrutura de acesso do Terra. “É a última grande companhia dessa área que ainda opera esses meios”, disse o executivo. “Como somos a última, valemos mais”, afirmou à Reuters após o seminário.
O provedor Universo Online (UOL) vendeu em 2000 a subsidiária AcessoNet para a Embratel, por um valor estimado pelo mercado de US$ 100 milhões.
O Internet Group, controlador do provedor de acesso iG, fechou em fevereiro com a Telemar um contrato de venda do datacenter por R$ 40 milhões e da área de acesso por outros R$ 10 milhões. O contrato prevê também o compartilhamento das receitas de tráfego telefônico geradas pelo iG.
Segundo Lacerda, o contrato estabelece que a Telemar pagará ao iG o equivalente a 48,5% da receita de tráfego telefônico a partir de março de 2002.
O diretor-geral do Terra afirmou que já defendia esse tipo de compartilhamento de receita -regulamentado na Inglaterra, por exemplo - mas que agora o contrato do iG tornou-se referência para o mercado brasileiro.
“O acordo pioneiro entre iG e Telemar, num cenário de telecomunicações desregulamentado, vai ser variável importante na nossa equação de redução de custos e de geração de receitas”, afirmou Lacerda. “O tráfego é uma moeda de troca importante”, disse.
O Terra gerou em março entre 4,0 milhões e 4,5 milhões de minutos de conexão telefônica por dia. O provedor tem 800 mil assinantes pagantes, que fazem ainda entre 230 mil e 250 mil ligações por mês para o serviço de atendimento ao cliente.
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