"Universidade plural, dinâmica e participativa" ou "Ser UFPR- democracia pra valer". No dia 28 de novembro, 20 mil alunos, 1,7 mil professores e 7 mil técnicos-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPr) irão às urnas escolher o futuro reitor da instituição e decidir qual destes dois projetos vai dirigir os trabalhos da Universidade nos próximos quatro anos.
No primeiro debate entre os candidatos, realizado nesta quinta-feira de manhã no auditório do Hospital de Clínicas, ficou claro que a disputa é grande. De um lado, na chapa "UFPR plural...", o médico e professor Carlos Augusto Moreira Junior e seu vice, o economista Aldair Rizzi, intitulam-se oposição e acusam a chapa adversária de ter sido criada dentro dos gabinetes da atual reitoria. De outro, o advogado Luiz Edson Fachin e o candidato a vice-reitor na chapa "Ser UFPR", o biólogo Waldemiro Gremski, afirmam que de nada adianta rotular-se como oposição dentro da Universidade, quando junto à sociedade seus oponentes não atuam como oposição.
A verdade é que, entre as duas chapas, muitos eleitores ainda estão em dúvida em quem votar. A começar porque, desta vez, é difícil delinear "em que lado" está cada candidato. Diferente de eleições anteriores, os apoios e forças políticas estão divididos. Tanto que nenhuma entidade representativa das categorias - Sindicato dos Professores, Sindicato dos Servidores e Diretório Central dos Estudantes - tem candidatura única, uma vez que seus diretores estão divididos entre aqueles que apóiam Moreira e os que estão com Fachin.
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Moreira afirma que sua candidatura não tem partido politico. Ao contrário, diz que trata-se de uma proposta de união. "Era hora de parar com a separação, a fragmentação em pequenos grupos ou a universidade corria riscos de ficar no continuismo", diz. Sua crítica ao atual reitor Carlos Antunes é que ele estaria adotando uma política de alinhamento automático às regras do Ministério da Educação.
Fachin rebate as acusações, dizendo-se contra as políticas públicas adotadas pelo ministro da Educação Paulo Renato para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Sobre o apoio do atual reitor, diz que "em nenhum momento Antunes falou em privatizar o HC". Ao contrário de Moreira, que teria declarado recentemente ser a favor de uma Fundação para angariar recursos para o HC. "Na nossa gestão, a universidade será independente e autônoma, e o HC tem que continuar público e universitário, ou seja, sob a responsabilidade do poder público e como um hospital-escola", afirmou.
Olhando o material de campanha de cada um, os programas de trabalho também trazem muitas propostas parecidas. Ambos, por exemplo, defendem a universidade pública, gratuita e com qualidade. A diferença é que Moreira defende uma universidade com "mais qualidade e mais compromisso social". "A universidade tem que se abrir para a sociedade, levando o conhecimento adquirido aqui dentro para projetos de extensão junto à população", explica. Já Fachin se compromete com maior socialização das informações e democratização da administração da instituição.