O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) pode negar a renovação de licença para o funcionamento da Ultrafértil - empresa de fertilizantes de Araucária (Região Metropolitana de Curitiba) - caso não seja entregue até o dia 21 de janeiro o plano de contingência e de análise de risco.
Os dois planos terão que conter todas as situações de possível risco, mesmo que este seja praticamente igual a zero. "Queremos que a empresa tenha um plano emergencial para toda e qualquer situação. Inclusive para salvaguardar os moradores da região", declarou Pedro Dias, chefe do Departamento de Licenciamento do IAP.
A preocupação com um plano emergencial para possíveis ocorrências com substâncias químicas, principalmente a amônia, foi levantada na Folha no início desta semana. O diretor de finanças do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica (Sindiquímica), Otêmio Garcia de Lima, denunciou a inexistência de um plano de retirada das famílias em casos de acidente e da estocagem de diversos tanques com amônia. O maior deles com capacidade para 10 mil toneladas do produto.
Leia mais:
Órgãos estaduais do Paraná vão ter escala especial de funcionamento nesta quarta-feira
Estrada da Graciosa tem pare-e-siga nesta terça-feira para recuperar local de queda de árvores
Detran alerta para golpes por mensagens SMS
Queijo do Paraná está entre os nove melhores do mundo
O plano de contingência e a análise de risco serão estudados pelo IAP em parceria com a Defesa Civil. Outros documentos, entregues na semana passada, foram solicitados e estão sendo analisados. Entre eles, amostras do material particulado das caldeiras, análise granulométrica (para saber a possibilidade de emissão de partículas), verificação de poluentes nas chaminés, atualização das amostragens dos níveis de amônia, análise de dispersão da amônia (com fiscalização constante da substância) e verificação de quantidade de nitrogênio e enxofre.
O gerente industrial da Ultrafértil de Araucária, José Carlos Wageck, informou à Folha que existe um plano de emergência na empresa com treinamento de pessoal, sirenes e birutas de indicação do vento. Mas admitiu a falta de um detalhamento para orientação dos moradores da região. A integração e campanhas de esclarecimento já estão no cronograma da empresa, que busca a certificação na ISO 14000.