Negociadores do mundo todo pareciam perto de fechar um histórico acordo para desacelerar o aquecimento global. O rascunho final de um acordo deve ser apresentado neste sábado (12), para pelo menos uma última rodada de negociações no encontro sobre o clima que acontece na França.
O texto, completado após negociações de última hora nesta madrugada, é traduzido do inglês para os outros cinco idiomas oficiais da Organização das Nações Unidas e deve ser apresentado em sessão especial dos delegados internacionais às 11h30 (hora local), segundo dois funcionários franceses. As fontes, que pediram anonimato, não deram detalhes sobre o conteúdo.
O rascunho anterior, apresentado na noite de quinta-feira, não resolvia questões cruciais, como a divisão entre os países ricos e em desenvolvimento do montante que deve ser gasto na luta contra a mudança climática.
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Caso os 190 países reunidos em Paris consigam um acordo, isso representaria um marco após mais de duas décadas de esforços da ONU para persuadir os governos a trabalhar juntos para reduzir as emissões provadas pela atividade humana, que segundo os cientistas aquece o planeta. O degelo de glaciares, a elevação no nível dos mares e a expansão dos desertos, fenômenos vinculados às mudanças climáticas, ameaçam populações de todo o mundo.
Os negociadores saíram de uma reunião na noite de sexta-feira com o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, em meio a um otimismo inexistente horas antes. "Estamos muito próximos", disse na noite de sexta-feira o ministro do Meio Ambiente do Egito, Khaled Fahmy, presidente do bloco de países africanos nas negociações. "Nas últimas horas foram obtidos grandes avanços."
O presidente da França, François Hollande, estará presente na sessão especial deste sábado e falará junto com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para expressar "a importância de decidir e agora adotar o texto do rascunho", informou o escritório da presidência francesa.
As conversações, que inicialmente seriam concluídas na sexta-feira, foram prorrogadas em um dia. Fabius disse buscar um acordo final para a manhã deste sábado. É comum que as conferências climáticas da ONU se alonguem, devido à quantidade de questões em jogo e às diferentes demandas e preocupações econômicas de países tão distintos como os Estados Unidos e pequenas nações insulares do Pacífico.
O pacto anterior sobre o controle de emissões, o Protocolo de Kyoto, de 1997, somente incluía os países ricos e os EUA nunca firmaram o documento.
Após a apresentação do documento final, espera-se que as delegações estudem o texto por várias horas, antes de seguir para uma sessão plenária onde ele poderia ser aprovado.