Testemunhas da briga entre gangues, que aconteceu no Educandário São Francisco na madrugada da última sexta-feira (24), negaram em depoimento à polícia que os adolescentes responsáveis pela confusão tenham sido vítimas de maus-tratos dentro da instituição. De acordo com eles, um aparelho de rádio foi o estopim para a briga que culminou na morte de sete adolescentes.
Segundo os depoimentos de três adolescentes ao delegado que investiga o caso, o clima entre os internos estava tenso porque o grupo de meninos do interior do Estado estaria se negando a pagar uma espécie de "taxa para evitar brigas" para a facção formada por adolescentes de Curitiba e outros de Londrina. A confusão teria começado quando um dos meninos do interior, que estava ameaçado de morte, foi transferido da ala "A" para a "B", por medidas de segurança.
No entanto, o adolescente teria esquecido junto com os rivais um rádio. Segundo os depoimentos, quando dois educadores foram buscar o aparelho, perceberam que o rádio havia sido destruído e quase foram feitos reféns. Os educadores conseguiram escapar, mas os adolescentes ficaram agitados e passaram a destruir as trancas. Os rapazes da ala "A" correram e tentaram abrir as grades da ala "B".
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Os adolescentes da ala "B" conseguiram impedir que os outros rapazes entrassem protegendo as portas com móveis. O grupo da "capital" se dirigiu, então, para uma cela em que um adolescente estava sozinho e matou o rapaz. Enquanto isso, os outros jovens também se agitaram, conseguiram romper as travas e deixaram a ala "B". Este teria sido o momento onde o confronto começou, causando outras seis mortes.
O Governo do Estado informa que o possível pagamento de uma espécie de "taxa para evitar brigas" será investigado e, se provado sua existência, abolido.
Informações da AEN