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A partir de amanhã

Após rebelião e morte, policiais civis decidem por greve

Andréa Bertoldi - Folha de Londrina
12 mai 2014 às 09:04

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Dois agentes carcerários e um policial foram baleados durante a fuga de detentos da Delegacia de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, na manhã de ontem. Um dos agentes morreu. A rebelião começou na hora que a comida dos presos era entregue.

A gravidade do problema fez o governador Beto Richa (PSDB) determinar a imediata retirada dos presos custodiados das delegacias de Curitiba e região para o sistema penitenciário do Estado, a começar pela Delegacia de Colombo, de acordo com nota divulgada na agência de comunicação do governo no início da tarde de ontem. Toda esta situação levou os policiais civis decidirem por uma greve por tempo indeterminado em todas as Delegacias de Polícia (DPs) do estado a partir da madrugada de amanhã.

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De acordo com informações da Polícia Civil, a Delegacia de Colombo abrigava 84 presos. O local tinha capacidade para 24 detentos. No momento da rebelião, 12 presos que se encontravam em uma cela planejavam fugir do local. Dois deles fugiram e outros dois foram baleados e hospitalizados. Há informações que os presos estariam armados mas, até o fechamento da edição, não havia dados sobre o número de armas em poder dos detentos. Durante a fuga, foi morto o agente carcerário, Eliel Schimerski, e foram baleados o agente Benedito Rodrigues dos Santos e o policial Diego Almeida. Os dois presos que fugiram ainda não tinham sido recapturados. Segundo a Polícia Civil, será aberto um inquérito para investigar o que aconteceu na Delegacia de Colombo.

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Ontem, foi realizada a transferência de todos os 82 presos da Delegacia de Colombo para a Penitenciária de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O plano conjunto entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp), da Justiça (Seju) e Vara de Execuções Penais (VEP) foi anunciado em fevereiro e pretendia transferir todos os detentos de distritos policiais. Com a rebelião de ontem, o governo do estado decidiu acelerar o processo. Ainda não há um prazo determinado para terminar a transferência dos presos de todas as delegacias.

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A secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, disse que em 2011, o Paraná tinha 16.200 presos em delegacias e, deste total, mais de 6 mil já foram transferidos. "Hoje temos 10 mil presos em delegacias", informou. Segundo ela, o governo está licitando 2 mil tornozeleiras para poder liberar mais vagas no sistema penitenciário num prazo de 90 dias. Realizada esta parte, ainda faltariam mais 8 mil presos para serem retirados das delegacias.


Para resolver a situação destes 8 mil presos, serão realizadas 22 obras. Serão feitas obras de ampliação em duas unidades, na Casa de Custódia de Maringá e na Penitenciária Feminina de Piraquara. As outras 20 obras são de novas unidades prisionais nas quais serão gastos R$ 130 milhões nas cidades de Ponta Grossa, Londrina, Campo Mourão, Guaíra, Cascavel e Foz do Iguaçu. A previsão é que essas obras fiquem prontas em um ano.

Segundo ela, hoje, em Curitiba e Região, há 1.300 presos em delegacias. A secretária disse ainda que em 2011 a população carcerária era de 30.500 presos e hoje é de 28 mil detentos. Ainda de acordo com ela, em 2011, havia 16.200 presos em delegacias e 14 mil em penitenciárias. Hoje são 10 mil presos em delegacias e 18 mil nas penitenciárias do estado. Maria Tereza também comentou que a Secretaria de Segurança Pública vai licitar mais 3 mil tornozeleiras, o que vai auxiliar na liberação de pessoas que cometeram crimes sem violência. A secretária disse também que cerca 80 a 100 presos estão sendo transferidos das delegacias para a Penitenciária de Piraquara por semana. Por outro lado, segundo ela, ocorreram 1.800 novas prisões nos últimos 30 dias.


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