A Justiça de Colombo, região metropolitana de Curitiba, revogou a prisão preventiva, que já passava de três meses, de dez policiais acusados de tortura contra quatro homens suspeitos da morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, 14 anos. Os policiais podem deixar a cadeia com pagamento de R$ 10 mil em fiança.
A decisão foi proferida na sexta-feira (25) pela juíza Aline Passos. Na decisão, a magistrada argumenta que, no início das investigações e por causa da comoção popular em volta da morte e da suspeita de tortura, se fazia necessária a manutenção dos acusados de agressão contra os suspeitos da morte da adolescente.
Entretanto, para a juíza, manter os acusados não se faria mais necessário, pelo tempo que passou. A juíza considera o fato de o tempo das investigações se alongarem, os réus serem, na maioria, servidores públicos, "com residência fixa, além de terem se apresentado espontaneamente para prestarem esclarecimentos" no momento da denúncia para determinar a soltura.
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"Devido ao enorme lapso temporal transcorrido, não há como se sustentar como legítima a custódia (...), sem se vislumbrar o excesso de prazo na formação de culpa, o que poderá configurar o constrangimento ilegal, que já se faz patente, na prisão dos denunciados", explica a juíza.
Para ficarem livres da prisão, os policiais, que estão detidos no Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) e na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) de Curitiba, terão que pagar fiança de R$ 10 mil reais.
O caso – Tayná foi encontrada morta no dia 25 de junho de 2013. Quatro homens, funcionários de um circo itinerante que estava na cidade de Colombo, foram presos e teriam confessado a autoria do crime. A morte da adolescente provocou revolta da população, que chegou a incendiar parte do circo.
Após a prisão dos acusados, exames foram realizados no corpo de Tayná e não foram encontrados traços do sêmen dos suspeitos na vítima. No início de julho, surgiu a suspeita de que os quatro teriam sido torturados na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, e na Delegacia de Araucária. Policiais Civil, sendo um delegado, um policial militar, além de guardas municipais de Araucária e outros funcionários da Polícia Civil foram acusados de tortura contra os presos.