Um delegado da Polícia Civil, em Curitiba, foi preso, nesta sexta-feira, sob a acusação de ser um dos líderes de uma quadrilha de furto e desvio de cargas e assaltos a estabelecimentos comerciais e clientes de bancos. Ao todo, 18 pessoas foram presas na operação ''Remédio Amargo'', conduzida pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que começou a desmantelar a quadrilha com a prisão de quatro deles, ainda na semana passada. Outros dois integrantes, que já têm mandado de prisão expedidos, continuavam foragidos até o final da tarde de sexta.
O nome do delegado não foi divulgado, atendendo requerimento apresentado por seus advogados. Ele está na Polícia Civil do Paraná há cerca de 13 anos. O nome da operação faz referência a uma das cargas roubadas, que foi apreendida na operação. São dezenas de caixas de medicamentos, avaliadas em R$ 4 milhões, segundo a polícia. A carga teria sido negociada com um receptador por R$ 700 mil, pagos com imóveis no Litoral.
''É um péssimo policial. Mais um que estamos tirando da polícia'', afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, em coletiva na tarde de ontem. Segundo ele, o delegado foi flagrado com drogas e com uma arma que tinha a numeração raspada e deverá responder, também, por tráfico e porte ilegal, além dos crimes de roubo e formação de quadrilha. O policial responderá, administrativamente, e poderá ser excluído da corporação.
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O delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler, informou que, por enquanto, nos mais de dois meses de investigação foram identificadas seis ações em que a quadrilha estaria envolvida: o assalto a uma residência, a uma loja de decoração e em um depósito de cargas, em Paranaguá, além de três roubos a carga em estradas.
Os assaltos a clientes que faziam grandes retiradas de dinheiro (de R$ 70 mil a R$ 150 mil), segundo ele, tinham ajuda do chefe de serviços de uma agência bancária e a cobertura do delegado, que se assegurava da ausência da polícia. Mas, nos casos que a polícia monitorou, os roubos a clientes (donos de postos de combustíveis) não chegaram a se concretizar.