Vestidos de preto, um grupo de aproximadamente 20 policiais protestou no início da noite desta sexta-feira (13) em frente à sede do 5º Batalhão da Polícia Militar, contra a operação que prendeu seis policiais acusados de envolvimento na série de assassinatos registrada no final de janeiro em Londrina.
Em silêncio, o grupo se posicionou na PR-445, na parte de cima do viaduto que ainda não teve o tráfego liberado. Familiares e amigos dos policiais detidos durante a operação realizada na manhã de sexta-feira também participaram.
Durante o protesto, o grupo se manifestou apenas quando percebeu a saída de um micro-ônibus da PM que estava no 5º Batalhão. O veículo escoltado por viaturas recebeu aplausos dos manifestantes. Parentes e amigos reconheceram, pelas janelas do micro-ônibus, os policiais detidos na operação. A PM não informou para onde o grupo seria levado.
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Os pais do soldado Cristiano Luiz Botino, morto na noite de 29 de janeiro, também compareceram. Claonilde Aparecida de Souza, mãe do policial, cobrou respostas para a morte do filho. "Esses policiais não têm que ficar presos. O cara que matou o meu filho Cristiano, eu não sei até agora quem é. A resposta para a família ainda não foi dada. Eu quero a resposta de quem matou o meu filho. Isso é o que eu quero. Eu quero saber por quê?", desabafou.
O policial estava havia nove anos na corporação. "Nós estamos aqui para apoiar qualquer policial que tenha sido injustiçado. Eu acredito na justiça e ela precisa ser feita. Ainda não vimos resposta para a morte do Cristiano", declarou a prima do soldado, Adriana Cristina Bottino.
A esposa de um dos policias detidos também estava indignada com as prisões. "O pessoal aproveitou a bagunça e fez as coisas para sobrar para os policiais. Eles mesmos fizeram a limpa deles. Estou indignada! Pergunta se quem matou o Cristiano está preso. Quem matou o Cristiano está solto. E por que que o meu marido que trabalha, coloca a vida dele em risco, coloca a minha vida em risco, está preso?", questionou.
Os policiais preferiram não comentar os fatos por medo de represálias. "Acredito que tem gente inocente ali. Essa ‘resposta’ foi muito rápida. Denúncias de fontes externas, de quem tem outros interesses, devem ter tumultuado a investigação", argumentou um manifestante.