"Isso é um absurdo, estamos numa escola", diz a professora ao gravar, com seu celular, alunos sentados no corredor entre as salas, para se protegerem dos disparos em um colégio na Rocinha. A gravação, feita na manhã de segunda-feira (26), repercutiu na internet.
A escola foi uma das poucas que abriram na comunidade. Nas imagens, a professora está agachada com crianças. Ao fundo, é possível ouvir o barulho de explosões. "Mais uma vez a gente está aqui com as crianças no corredor, sem aula, tentando sobreviver a essa guerra, refletindo sobre a eficácia disso, sobre os discursos da intervenção federal."
Mais tarde, à reportagem, ela pediu que sua identidade não fosse revelada, por segurança. "Desde o ano passado, quando teve a invasão, a guerra entre as facções, não temos paz, nenhum morador, nenhum servidor, professor, profissional de saúde. Antes, era uma paz relativa."
Leia mais:
PCPR prende 134 pessoas em operação nacional contra a exploração e abuso infantil
PCPR e PMPR localizam 681 quilos de cocaína em Piraquara
Celulares de delator do PCC foram resetados após apreensão pela polícia em 2022
Homem condenado por matar a esposa é preso 24 anos após o crime no Paraná
A guerra à qual a professora se refere foi o racha, em setembro, na quadrilha que dominava a favela - os bandos rivais têm como chefes Antonio Bonfim Lopes, o Nem, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. As Forças Armadas e a polícia intervieram, e o embate arrefeceu, mas os moradores ainda se queixam de insegurança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.