Londrina era um dos núcleos de uma organização criminosa especializada em narcotráfico internacional e lavagem de dinheiro. A quadrilha foi desmantelada na Operação Ferrari deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (15). A ação teve apoio da Receita Federal.
Os criminosos mantinham casas em condomínios de luxo em Londrina. O dinheiro proveniente do crime foi usado na compra de carros e lanchas de alto padrão. O patrimônio dos investigados é estimado em R$ 40 milhões.
Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de prisão, sendo oito em Londrina. Os envolvidos - que não tiveram os nomes revelados - serão encaminhados para a Superintendência da PF em Curitiba.
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A Justiça Federal determinou o sequestro de 20 imóveis, 30 contas correntes dos envolvidos e 80 veículos adquiridos através de práticas criminosas. A rua Tietê, na frente da sede da PF em Londrina, precisou ser bloqueada. Três caminhões cegonha devem ser mobilizados para fazer o transporte dos carros até a capital paranaense.
Em uma casa, a PF apreendeu R$ 500 mil em espécie, jóias e cerca de 50 relógios de luxo. Um dos detidos precisou ser levado em uma ambulância do Siate. O homem apresentava dificuldades de locomoção por conta de um acidente de motocicleta.
De acordo com a Polícia Federal, a quadrilha adquiria a pasta base de cocaína no Peru e na Bolívia. A entrada no Brasil era feita pela fronteira com o Paraguai. O entorpecente era transportado pelo Paraná e Mato Grosso do Sul e levado para Indaiatuba (SP) e Salvador (BA) onde era feito o refino. A droga era distribuída em seguida.
Além de Londrina, os líderes da organização se estabeleceram em Campinas para fazer a lavagem do dinheiro. Os investigados se passavam por empresários dos ramos de postos de combustíveis, transporte e revenda de veículos. A operação foi batizada com o nome de um dos estabelecimentos e pela vida de ostentação que os narcotraficantes levavam.
Os policiais informaram que a investigação começou há mais de um ano. A elevada movimentação financeira dos envolvidos levantou suspeita sobre as atividades desempenhadas por eles. Em outubro do ano passado, um empresário foi detido pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. O homem - nome também não informado - viajava com R$ 520 mil em malas em um voo entre Aracaju a Londrina. A origem do dinheiro não foi comprovada.
Participaram da operação 30 servidores da Receita Federal e cerca de 300 policiais federais. As ações ocorreram simultaneamente em 15 cidades de cinco estados: Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia e Sergipe.
(matéria atualizada às 12h45)