Pressionada após o surgimento, no começo do ano, de várias denúncias de problemas na frota da Polícia Militar, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) lançou - apesar da demora de alguns meses - o projeto-piloto da locação de 200 viaturas da PM para atender Curitiba e região metropolitana. Inicialmente, apenas 50 começaram a circular pelas ruas da capital. A garantia do governo estadual é que o restante chegue nas próximas semanas. A medida só foi possível após a assinatura de um contrato entre a empresa terceirizada e a Sesp. O valor do acordo gira em torno de R$ 7 milhões por ano.
Em cálculos individuais, o aluguel de cada viatura fica em R$ 3 mil. Durante entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, afirmou que "a empresa escolhida vai fazer a manutenção, substituindo imediatamente os veículos que apresentarem problemas mecânicos, ocasionados principalmente pelo tempo de rodagem". Apesar das boas expectativas, a Sesp demonstrou cautela quando questionada sobre a implantação do projeto no interior do Paraná. A ordem é aguardar os resultados que serão registrados até o final do ano na capital paranaense e só depois pensar em estender para as principais cidades do Estado.
Em março deste ano, o governo informou que mais de 1,4 mil viaturas estavam paradas para manutenção. O número corresponde a quase 30% da frota disponível para a corporação, que é de 4,8 mil carros. Um exemplo foi flagrado pelo repórter Paulo Monteiro, do jornal NOSSO DIA, do Grupo Folha, no pátio da 4ª Companhia Independente, que atende a Zona Norte de Londrina. No início de julho, pelo menos dez viaturas estavam estacionadas no pátio, sem uso. Aparentemente, os carros oficiais estavam com pneus murchos, alguns sem rodas e até com ausência de acessórios.
Leia mais:
Policial militar de 23 anos morre em colisão frontal na BR-369, em Cornélio Procópio
PF prende em SP grupo suspeito de trocar malas em aeroporto para traficar drogas
Polícia Civil investiga assalto à praça de pedágio de Jacarezinho
Homem aluga carro, vende o o veículo e acaba preso por estelionato em Londrina
Na época, o comando da PM não informou o número de viaturas paradas "por questões de segurança". Os problemas não param por aí. O baixo efetivo é outro entrave na segurança pública. Uma nova determinação do 2º Comando Regional da PM em Londrina provocou mudanças consideráveis no registro de flagrantes no 4º Distrito Policial, na Avenida Dez de Dezembro. O argumento é de que os agentes estariam em desvio de função.
Dois policiais que cumpriam plantão foram retirados, o que tornou o procedimento mais lento. As equipes estão ficando "enfileiradas", muitas vezes aguardando com o preso do lado de fora da delegacia. As viaturas precisam aguardar no pátio do 4º DP até a entrega do detento para os cuidados da Polícia Civil. A espera, em média, gira em torno de três horas.