Um seqüestro inusitado na tarde da última quarta-feira mobilizou as equipes do Serviço de Investigações de Crianças Desaparecidas (Sicride), em Curitiba. A menor, B.J.S., que aparenta ter entre 12 e 13 anos, desapareceu levando o bebê, E.A.S., de apenas um mês. A criança estava com a mãe Monique Scholz, 18 anos, que trabalha como artesã na praça Santos Andrade, região central da cidade. Por volta das 14 horas desta quinta-feira, o bebê foi localizado numa casa do Bairro Parolin.
Monique contou que a menina estava já há algum tempo na praça e se ofereceu para segurar o bebê enquanto ela terminava de confeccionar um brinco. Como a criança estava chorando, ela aceitou a ajuda. Pouco tempo depois pediu para que a menor fosse até a farmácia, que fica a poucos metros da praça, perguntar pelo preço de um remédio. A adolescente se prontificou a ir e pediu para levar o bebê junto. Monique concordou e quando deu conta da demora foi até a farmácia, mas a menina já havia desaparecido.
A mãe disse que procurou pelos arredores da praça e foi orientado pelos colegas artesãos a chamar a polícia. A PM, segundo Monique, fez busca pela região central, mas não encontrou a adolescente. Foi, então, encaminhada à Fundação de Ação Social (Fas), que acionou o Sicride.
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A identificação da menor foi fácil, pois um dos artesãos que trabalham na praça Santos Andrade, conhecido por ''Índio'', conhecia a menina e sabia que ela morava numa casa na favela do Parolin. A Fas tinha a ficha completa da adolescente, inclusive foto, pois ela é assistida pela entidade por viver perambulando pelas ruas.
O delegado do Sicride, Harry Herbert, disse que ordenou buscas pelas favelas da cidade ainda na noite de quarta-feira. O bebê, no entanto, só foi localizado depois que a dona de casa Dinair Mendes de Oliveira entrou em contato com a Fas, relatando que uma adolescente o havia abandonado em sua casa. B.J.S. pediu à mulher para esquentar a mamadeira do bebê e, em seguida, sumiu. Até o final da tarde desta quinta-feira, a menor não havia sido localizada.
Herbert disse que vai indiciar a mãe por ''abandono de incapaz''. A pena prevista no artigo 133 do Código Penal é de seis meses a três anos de prisão. A menor, quando encontrada, será encaminhada para a Delegacia do Adolescente e deve responder a processo especial, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo o delegado, dos 560 casos registrados desde a criação do Sicride, em 1995, apenas dois não foram solucionados.
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