O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB- seção Paraná) e membro do Conselho Penitenciário Dálio Zippin Filho , detectou durante vistorias realizadas nesta quinta e sexta-feira, na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, sinais de tortura contra mais de 20 presos. Os detentos teriam apanhado por meio de ripas de policiais militares. Conforme relato dos presos, a agressão foi em represália ao tiroteiro, que ocorreu em 25 de março, em que um preso foi morto por outro no pátio.
Os presos foram atingidos nas costas, nádegas, pernas e pés, segundo Zippin Filho. ''Os detentos contaram que depois do tiroteio foram obrigados a rastejar no chão, sem roupas e que para intimidá-los os policiais deram tiros de escopeta, que teriam atingido três presos''. Zippin Filho prometeu elaborar relatório que será encaminhado para o Ministério da Justiça, Ministério Público (MP) e secretaria de Segurança Pública.
A promotora do Centro de Apoio à Integridade Humana do MP Mônica Azevedo se mostrou surpresa com o relato dos presos. ''Estive lá quinta-feira, mas não detectei irregularidades, porque não conversei com os detentos'', admitiu. Disse que vai autuar criminalmente os responsáveis pelas agressões assim que forem identificados. Afirmou que a Lei de Execuções Penais não está sendo cumprida, já que os presos não estão estudando nem trabalhando.
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O diretor da PCE, coronel João Krainski afirmou que foi instaurada sindicância para apurar as denúncias. ''Tenho informações de que o grupo dominante está induzindo os demais a produzirem hematomas para culpar a polícia, na tentativa de derrubar a direção''.
Os feridos foram atingidos por tiros disparados pelos detentos, na versão dele, mas estão fora de perigo. ''Eles estão sem estudar e trabalhar porque como são violentos, professores não querem arriscar a vida e empresários não querem investir na PCE'', justificou.
No domingo, as visitas de familiares, inclusive íntimas, serão restabelecidas. Entrada de cigarros e comida, entretanto, serão controladas. A devolução de rádios e TVs dos presos está prevista para quarta-feira. Já o banho-de-sol vai depender do comportamento dos mesmos.