A sonegação de impostos na distribuição de cigarros comandada por uma empresa de São Paulo levou a Receita Federal e a Polícia Federal a deflagarem nesta sexta-feira (22) a operação Reluz.
Dezoito mandados de prisão e 49 de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Participam da operação 228 policiais federais e 87 fiscais da Receita Federal. As informações são da Agência Brasil.
Em comunicado, a PF afirma que a falsificação de selos do Imposto sobre Produtos Industrializadas (IPI) e de marcas de produtos já foi identificada. A estimativa é que o prejuízo chegue a R$ 100 milhões.
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Além dessas irregularidades, a suspeita é que empresas do ramo de bebidas alcoólicas também estão sendo usadas pela quadrilha. De acordo com a PF, uma distribuidora "laranja" servia de fachada para os sonegadores em dez estados: São Paulo; Rio Grande do Sul; Santa Catarina; Bahia; Paraná; Minas Gerais; Pernambuco; Paraíba; Pará; e Rondônia.
A Polícia Federal não divulgou os nomes dos integrantes da quadrilha. No comunicado, informou que um dos líderes "é membro de uma família da elite do interior de Minas Gerais". Os outros integrantes do grupo são contadores, diretores e donos de distribuidoras de cigarros envolvidas no esquema.
"O dinheiro dos golpes era sacado na boca do caixa ou transitava por contas-laranja. A Receita Federal constatou que os valores eram gastos em cassinos clandestinos ou aplicados em imóveis de alto padrão, fazendas, carros de luxo, embarcação e aeronave colocados em nome de terceiros, ou mantidos no nome das concessionárias que os vendiam", diz a nota.
A investigação também apurou que um dos contadores da quadrilha tinha apoio de servidores da Receita. Um deles, uma auditora-fiscal lotada na região metropolitana de São Paulo. Ela é acusada de repassar à organização crimonosa informações sigilosas sobre operações e reuniões internas do órgão. A responsabilidade dos servidores citados será avaliada pela Corregedoria-Geral da Receita.