O medo chega junto com o início da noite na avenida Leste-Oeste. Diariamente, inúmeros passageiros utilizam os veículos do transporte coletivo de Londrina e também os ônibus intermunicipais que atendem os moradores da região metropolitana.
Na escuridão da avenida, esperar o ônibus se torna um desafio diário. As conversas entre amigos são interrompidas pelo suspense quando uma pessoa desconhecida se aproxima do ponto de ônibus. Parados no mesmo local, os passageiros são vítimas fáceis de pequenos furtos e até de agressões.
No final de fevereiro, uma idosa foi agredida a pauladas por um homem que estava sob efeito de entorpecentes enquanto aguardava a chegada de um ônibus para Rolândia próximo da praça Tomi Nakagawa. Sob a condição de não serem identificados, passageiros relataram situações de perigo e o risco que correm diariamente.
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Uma passageira que estava no mesmo ponto de ônibus, onde a senhora foi agredida a pauladas, lembrou que já tinha presenciado outra agressão em frente ao Terminal Urbano. "Um jovem pediu dinheiro para um senhor de idade. Quando ele negou, o rapaz atirou uma pedra na cabeça dele", relatou.
As mulheres e os idosos são as vítimas preferidas dos criminosos que circulam pela Leste-Oeste, mas nem os mais jovens são poupados. Um trabalhador de Cambé contou que foi abordado por dois homens que estavam armados com facas e conseguiu escapar ao entrar correndo para dentro do Terminal Urbano. "Quando você está andando nesta região, não deve tirar o celular do bolso nem para olhar a hora", alertou.
Uma jovem de 19 anos, moradora de Ibiporã, disse que presenciou uma mulher com drogas no ponto de ônibus, mas ficou com medo de falar alguma coisa e se afastou. "Se a polícia passasse mais pela avenida durante o início da noite seria muito bom. A situação ficou muito difícil com o fim do horário de verão", acrescentou.
Em entrevista ao Portal Bonde, o capitão Nelson Villa, porta-voz da Polícia Militar, garantiu que o patrulhamento será reforçado na região para aumentar a sensação de segurança dos passageiros e, principalmente, para coibir a ação dos criminosos.
Ele lembrou que a avenida Leste-Oeste é conhecida pelos 'pontos' de prostituição, o que contribui com a prática de pequenos delitos. "Nós abordamos clientes, prostitutas, travestis e outras pessoas. Mas, se o flagrante não for constatado, o indivíduo é liberado", justificou.