Cerca de 50 policiais saíram às ruas nesta quinta-feira (21) para cumprirem quatro mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em Londrina e Cambé. Os alvos são suspeitos de envolvimento em desvios milionários de cargas. Entre aqueles que tinham detenção em aberto, dois já estão atrás das grades, uma mulher é monitorada por tornozeleira eletrônica e um homem foi encontrado no jardim Ana Rosa, em Cambé. Ele seria uma das lideranças do grupo criminoso.
A ação é um desdobramento da operação Carga Pesada, que foi deflagrada em setembro do ano passado pela Polícia Civil. Na época, sete pessoas foram presas em Londrina. “Mesmo com a prisão dos principais envolvidos nessa organização criminosa, eles continuavam a desviar cargas. Do final do ano até agora, conseguimos provar que os caminhões dessa associação criminosa desviaram, pelo menos, 15 cargas de materiais diversas, indo de aço até grãos”, comentou o delegado Edgard Soriani, que comanda a apuração.
Cada carga desviada é estimada entre R$ 90 mil a R$ 100 mil. Já uma específica de ferro gerou um prejuízo de mais de R$ 500 mil. “Quem contratou o carregamento dessa carga pagou mais de R$ 20 mil de frente. Então, além do prejuízo, perde o valor de frete”, destacou. “Os motoristas desviam a carga, fazem um BO (Boletim de Ocorrência) fraudulento e apresentam para o encarregado da empresa, que aciona a seguradora”, explicou.
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Um dos alvos de busca nesta quinta, um motorista, foi preso temporariamente na semana passada por desviar uma carga em São Paulo. “Conseguimos provar que o caminhão é registrado numa empresa fictícia, de usuários de drogas, que empresta o nome, mas não tem condição de comprar um caminhão. São 26 caminhões que foram bloqueados, então, a quadrilha vai ter um prejuízo de mais de R$ 5 milhões”, frisou.
Foram recolhidos vários materiais, principalmente celulares. “Por meio do celular você vê com quem eles conversavam, quem eram os motoristas ou donos da empresa ou até mesmo destinatários das cargas desviadas. Vamos nos debruçar nas quebras desses dados para chegarmos até os receptadores.”