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Todos confessaram

Polícia do Paraná prende sete e elucida a chacina

Agência Estadual de Notícias
09 out 2009 às 20:33

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Equipes da força-tarefa determinada pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná prenderam seis homens e apreenderam um adolescente de 16 anos elucidando o crime que matou oito pessoas e feriu outras duas na noite de sábado passado (3), na Vila Icaraí, bairro Uberaba, região Leste de Curitiba. Os quatro confessaram a participação na chacina. No fim da tarde desta sexta-feira (9), um adolescente foi apreendido e a polícia confirmou a participação de um dos homens presos ao longo da semana.

Entre os presos está Wagner Jayson Pascoal, 23 anos, apontado como líder do bando e mentor da chacina. Em depoimento, os quatro alegaram que o crime foi vingança contra a comunidade da Vila Icaraí, pelo assassinato de um adolescente. A polícia apreendeu uma pistola Jericó, calibre 9 milímetros de fabricação israelense, usada no crime.

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"Esta é a resposta rápida e eficiente da polícia do Paraná para a sociedade. Não vamos permitir que bandidos cometam crimes bárbaros como esse, matando gente inocente, e saiam impunes. Foi um ótimo trabalho em conjunto das polícias Civil e Militar e cabe o elogio ao trabalho profissional da Delegacia de Homicídios e também da Divisão de Narcóticos", disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

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Na inauguração da Avenida das Américas, em São José dos Pinhais, o governador Roberto Requião anunciou a prisão dos autores da chacina. "Um mecânico foi assassinado por um menino, de 17 anos. E um morador do bairro vizinho, organizou um grupo para vingá-lo. Usaram crack e entraram na vila atirando. Ao contrario do que disse a imprensa, não houve toque de recolher. Foi uma operação maluca de um grupo de malucos, meninos de 20, 22 anos, moradores das regiões pobres da cidade."

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DESORGANIZADOS – Wagner Jayson Pascoal, conhecido como "Nardão", 23 anos, e Ezequiel dos Santos, 18, foram presos na Cidade Industrial de Curitiba. Já Edi Miranda, 21, e Gilmar dos Santos Bandeira, 25, no Cajuru, divisa com a cidade de Pinhais. Com eles estava a pistola usada na chacina e também uma carabina calibre 12, que não teria sido usada no crime. Duas pessoas, identificadas pelos nomes de Maikon e Isaias, também são acusadas de participação no crime e são procuradas pela polícia. Os quatro moravam no bairro Uberaba.


"Estávamos monitorando a movimentação dos suspeitos e sabíamos que eles já estavam encurralados pela investigação, estavam sem dinheiro para fugir ou comer e até reclamavam de estar passando muito frio", contou o delegado Hamilton da Paz, da Delegacia de Homicídios, que comandou a força-tarefa.

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O delegado Marcus Vinícius Michelotto, coordenador estadual da Divisão de Narcóticos (Denarc), afirmou categoricamente que os bandidos não fazem parte de quadrilhas organizadas. "São moleques que, sob efeito da droga, cometeram crimes bárbaros como esse. Eles não tinham dinheiro nem mesmo para fugir, estavam passando fome e frio. Esta quadrilha está longe de ser ligada ao crime organizado, como estamos acostumados a combater na Denarc", disse Michelotto.


Outros dois integrantes do grupo já haviam sido presos pela força-tarefa. Na segunda-feira (5), foi preso Adenilton Bueno, 31, que teve sua participação descartada pela polícia. Também na tarde desta sexta-feira (09), foi confirmada a participação de Roger Fernando Bispo, 20 anos, detido na última terça-feira (6).

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Hamilton explicou que, inicialmente, Bispo negou sua participação na chacina. Porém, com a elucidação do caso, ele confessou que participou do crime. "Fomos confrontando as histórias e, em um determinado momento, ele não teve mais como negar e acabou dizendo que realmente participou deste ato absurdo", completou.


Agora, além de responder por formação de quadrilha, ele também irá responder por homicídio triplamente qualificado. Já o adolescente será encaminhado para a delegacia do adolescente para providências.

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No começo da noite desta sexta, a polícia apreendeu um adolescente de 16 anos suspeito de ter participado da ação da quadrilha. Trata-se de um dos suspeitos que já estava parcialmente identificado pela polícia. Segundo o delegado Hamilton da Paz, o adolescente, que confessou a participação no crime, foi detido na região onde ocorreu à chacina. Em depoimento a polícia, ele contou que dirigiu um dos carros usados pelos acusados na noite do crime. "Ele não teria atirado contra as pessoas, mas dirigiu um dos carros que levou os marginais para a cena do crime", explicou.



MOTIVACÃO – Segundo o delegado, os quatro presos confessaram o crime e confirmaram que foi cometido para vingar a morte de um adolescente, que fazia parte da quadrilha de Pascoal, tratado como "tio" do garoto.

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"Na verdade não há parentesco entre os dois. Os adolescentes, que normalmente executam a parte do tráfico de drogas das quadrilhas, são tratados como sobrinhos ou afilhados pelos mais velhos", explicou o delegado Hamilton da Paz.


Todos os "sobrinhos" da quadrilha têm tatuados nas costas uma cruz com um olho. "Motivado pelo espírito de vingança, Pascoal se reuniu com outros criminosos e resolveu se vingar de toda uma comunidade", disse o delegado. A Vila Icaraí foi a escolhida, porque foi onde ocorreu a morte do adolescente.

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Ainda de acordo com o policial, em depoimento, os autores confirmaram que não houve toque de recolher. "Eles alegam que em nenhum momento houve aviso ou alerta sobre um possível toque de recolher na região, muito menos utilizando um carro de som. Isso foi realmente um boato", disse.


De acordo com Hamilton da Paz, os autores teriam usado dois carros para cometer os homicídios, uma Parati Cinza e um Santana verde escuro, que ainda não foram localizados. Depois da chacina, os acusados teriam se separado.


PARTICIPAÇÕES – A participação de Bueno na chacina está descartada. Mas ele foi autuado por formação de quadrilha, tinha mandado de prisão temporária e estava em liberdade provisória, por porte ilegal de arma. Bispo foi autuado por formação de quadrilha e também poderá ser autuado por homicídio triplamente qualificado, caso sua participação seja confirmada.


Pascoal já tinha dois mandados de prisão temporária expedidos contra ele. Miranda e Bandeira são ex-presidiários. Todos os presos foram autuados por formação de quadrilha e os cinco autores confessos da chacina, por homicídio triplamente qualificado. Miranda e Bandeira também foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma.


"Essas prisões só foram possíveis graças às investigações e à dedicação dos policiais, que não descansaram um minuto para não deixar que um crime bárbaro desses ficasse impune", declarou o delegado Hamilton da Paz.


O delegado agora procura por um suspeito já identificado por nome, e também por pelo menos outras três armas que teriam sido utilizadas na noite do crime – uma pistola calibre ponto 40, uma calibre 380 e uma carabina –, além dos carros utilizados.

Os detidos serão encaminhados ao Centro de Triagem II, em Piraquara, onde irão ficar à disposição da Justiça.


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