A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito e indiciou dois homens e uma mulher após uma investigação sobre um falso sequestro ocorrido no dia 8 de fevereiro deste ano, no município de Sengés, no Paraná.
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A mulher, que morava com o marido em Sengés, mantinha relacionamento amoroso extraconjungal com um homem de Itapeva, em São Paulo. Segundo a polícia, ao amante, ela dizia ser solteira. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Desconfiando, o amante contratou um homem para forjar um assalto e ter acesso ao celular da mulher. De acordo com o delegado Isaias Fernandes Machado, o objetivo era obter acesso ao celular da mulher para confirmar o estado civil dela. O falso assaltante conseguiu levar o celular dela em Sengés. Segundo informações do G1, ela estava com o amante no momento do roubo forjado.
Após o episódio, ela procurou a polícia e alegou ter sido sequestrada. Ela disse na delegacia que foi submetida, mediante violência e grave ameaça, a realizar transferências para a conta do criminoso. Em depoimento, a mulher explicou que, após não conseguir concluir as transferências, o suspeito a teria libertado e levado sua carteira e o seu celular. E que uma terceira pessoa, (possivelmente o amante que a estaria acompanhando à delegacia, segundo o G1), teria ajudado a mesma a conseguir ajuda. A mulher teria inventado a história com medo do marido descobrir a traição.
Durante a investigação, a equipe policial analisou imagens em que é possível identificar que todas as partes estavam envolvidas no suposto sequestro. "Ela não teve conhecimento da simulação e quando chegou com o amante em Sengés contrafez (falsificou) o boletim de ocorrência do falso sequestro, com medo de o marido descobrir sua relação extraconjugal, o que gerou a prisão em flagrante do comparsa do amante" explica Machado.
Na mesma data, um homem, de 29 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Paraná e Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo. Ele foi detido por supostamente ter sequestrado a mulher. Segundo a Polícia do Paraná, o homem teria restringido a liberdade dela cerca de duas horas dentro de um veículo. Com ele, foi apreendido um celular.
Os envolvidos confirmaram a armação e a vítima confessou ter inventado o sequestro. Os dois homens foram indiciados por roubo e tentativa de invasão de dispositivo informático alheio, a mulher responderá por denunciação caluniosa.
Para o delegado, o caso foi de extrema complexidade para elucidação. "A simulação de assalto, tendo um terceiro que desconhece a farsa, equivale ao cometimento de crime de roubo... imputar crime mais gravoso a outrem equivale ao crime de denunciação caluniosa", destacou.