A Polícia Civil liberou um motorista acusado de estar bêbado, atropelar e matar um pedestre na noite desta terça-feira (19), em Penápolis, no interior de São Paulo. Além de liberado, o funcionário público Emerson dos Santos Lopes, de 41 anos, só foi autuado por embriaguez, ficando livre da acusação de homicídio, porque, de acordo com a polícia, não teria culpa no acidente.
Porém, familiares do trabalhador rural Arlei Santa Cassemiro, 46 anos, estão revoltados com a liberação de Lopes e discordam da versão dada pelas autoridades. Detalhe: motorista e pedestre eram amigos de infância. O acidente aconteceu por volta das 23 horas, na vicinal que liga a rodovia estadual Assis Chateaubriand (SP-425) à zona urbana de Penápolis.
Lopes afirma que não teve tempo de frear o Passat quando Cassemiro, de 46 anos, atravessou a pista. Lopes disse à reportagem que tinha bebido somente uma garrafa de cerveja às 17 horas e que não teve culpa no acidente. "Ele (Cassemiro) atravessou a pista de repente, passou por um veículo, mas acabou sendo atingido pela lateral direita do meu carro", disse.
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Lopes disse ainda que viu quando o amigo foi atropelado por outro carro, um Gol branco, que vinha atrás e fugiu. Lopes pediu socorro, mas Cassemiro morreu ao dar entrada no pronto-socorro de Penápolis. O motorista foi autuado em flagrante, no artigo 306 do Código Penal, por embriaguez ao volante, mas foi liberado após pagar fiança de 700 reais.
O delegado plantonista Mauro Gabriel, que atendeu a ocorrência, disse à reportagem que não havia elementos para indiciar Lopes em homicídio. "As informações que recebi da Polícia Rodoviária indicam que o acidente ocorreu por culpa do pedestre", disse. Mas, segundo o delegado, "se o laudo da perícia indicar que o motorista teve culpa no acidente, ele será indiciado por homicídio culposo".
"Estamos revoltados, primeiro porque ele (delegado) liberou um motorista que dirigia bêbado e segundo, porque houve uma morte", afirmou Soraia Santana Cassemiro, irmã da vítima. "Temos informações de que meu irmão foi atropelado no acostamento e jogado para a pista, não estava no meio da pista como estão dizendo", afirmou. Conforme Soraia, a família não entende como o delegado chegou à convicção de que o motorista não teve culpa no acidente. "A bebida pode ter influenciado neste acidente. Queremos justiça", afirmou.
O tenente Gercimar Dias dos Santos, que comanda a base operacional de Penápolis, disse que os policiais chegaram quando o corpo de Santa Cassemiro já tinha sido socorrido por uma unidade de resgate do Corpo de Bombeiros, mas que marcas de sangue deixadas pela colisão indicam que o acidente foi na pista. "Mas meus homens não têm como afirmar com certeza como foi o acidente e quem é o culpado. Temos evidências apenas e, somente o laudo pericial é que vai dizer com certeza como ocorreu o acidente", disse. O laudo deve sair em 30 dias.