O aumento no número de assaltos a postos de gasolina está fazendo com que os proprietários desses estabelecimentos adotem medidas reforçando a segurança. Segundo dados da Polícia Militar, entre janeiro e maio, esse tipo de ocorrência subiu 70% em Londrina, em comparação ao mesmo período do ano passado.
É um índice superior a média dos roubos registrados nas demais cidades do interior do Paraná (40%). Entre as medidas adotadas, estão a contratação de vigias 24 horas e até a utilização de guaritas para reprimir a onda de roubos.
Sem ter a quem recorrer, muitos donos de postos dizem estar gastando mais (comprando equipamentos de segurança) e reduzindo os lucros (fechando mais cedo). Além de demonstrar revolta com a falta de segurança na cidade, colocando uma faixa onde informava que seu estabelecimento comercial havia sido assaltado 28 vezes em dois anos, o proprietário do Posto Leblon (zona norte) também investiu na compra de mais videovigias. ''Agora temos oito câmeras, além de seguranças vigiando o local. Jamais mantemos o posto aberto altas horas da noite'', disse um funcionário, que pediu para não ser identificado.
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O mesmo aconteceu com o Posto Cincão. Apesar de não haver câmeras, o estabelecimento ampliou o número de guardas no local. ''Não posso dizer quantos e nem quais os horários que ficam aqui, mas a vigilância é constante'', disse o gerente.
O empresário Marcos Antonio Suriam decidiu, em 2002, investir pesado na segurança do posto que mantém na zona norte de Londrina. ''Nos demos conta do aumento da criminalidade quando fomos assaltados três vezes em apenas uma semana. Agora, temos vários equipamentos e ainda vigias trabalhando à paisana'', explicou Suriam.
O posto conta com uma guarita instalada sobre a laje do prédio, cinco seguranças descaracterizados fazendo revezamento em turnos, videovigias que gravam a movimentação do prédio 24 horas e até uma grade construída para barrar o acesso ao escritório da empresa. Questionado sobre o valor investido, o empresário disse que ''era um dinheiro gasto a mais do que os impostos recolhidos pelas autoridades competentes''.
Um dos vigias, que não pôde ser identificado a pedido da empresa, informou que a segurança é dobrada durante os finais de semana. ''Chegamos a ter três vigias trabalhando no posto para evitar qualquer problema'', comentou. Ele evitou falar sobre o uso de armas, mas garantiu que a equipe está habilitada a portar revólveres ou algo mais pesado. ''Fica a critério do cliente (dono do posto)'', resumiu.
O sistema de segurança do local foi ''testato'' no início de março, quando três homens armados tentaram roubar o caixa. Houve troca de tiros entre seguranças e a quadrilha, que acabou imobilizada e presa (com o auxílio da PM). Uma marca de bala pode ser vista na cobertura. ''Depois disso, não tivemos mais problemas''.