O Tribunal de Justiça recusou pedido de prisão domiciliar para o prefeito de Mariluz, padre licenciado Adelino Gonçalves (PMDB). Ele está preso em Curitiba desde março e é acusado de ser o mandante do assassinato de dois aliados políticos, crimes que ele nega. De acordo com um dos advogados do padre, Guilherme Lewin, a defesa vai apresentar um agravo regimental no TJ em agosto, quando terminam as férias forenses, para tentar reverter a decisão.
Lewin argumentou que o padre Adelino precisa voltar a administrar Mariluz, que estaria passando por dificuldades para manter o funcionamento normal de suas repartições públicas municipais com a permanência do padre em Curitiba. A defesa acredita que o município não pode ficar mais "à deriva" e que "questões políticas" estariam impedindo que o TJ apresse o julgamento do caso. O pedido de agravo regimental, segundo ele, deve ser julgado no dia 9 de agosto.
Adelino Gonçalves permanece numa cela especial do Batalhão de Polícia de Guarda do Presídio do Ahú, em Curitiba. O padre chegou a ter o mandato de prefeito ameaçado há dois meses. Uma comissão processante instalada na Câmara de Vereadores, cuja maioria é de oposição ao padre, queria cassar seu mandato, mas uma liminar do TJ suspendeu os trabalhos, alegando que o acusado não teve chances de defesa.
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No final de fevereiro deste ano, o ex-sargento da PM José Lucas Gomes foi contratado para matar o presidente do diretório municipal do PPS, Carlos Alberto de Carvalho, o Carlinhos Gordo. Ele foi morto no próprio escritório de sua empresa, onde estava o vice prefeito, Aires Domingues (PPS), que também foi morto. Preso uma semana depois, Lucas incriminou o padre, mas voltou atrás e disse que foi torturado pela polícia para envolver o prefeito no caso.
Além do padre e Gomes, estão presos outras duas pessoas, os ex-secretários do prefeito, Alexsandro do Nascimento e Élcio de Farias, que chegou a ser apontado como um dos interessados na morte de Carlinhos Gordo. A vítima estaria preparando um dossiê para afastar Farias da prefeitura. Ele negou ter interesse na morte de Gordo, mas Nascimento disse em depoimento que Farias havia comentado dias antes dos assassinatos que iria retaliar Gordo por causa do dossiê que relataria supostas irregularidades num sindicato de agricultores.