Policiais civis de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, com auxílio do serviço reservado da Polícia Militar, prenderam três vigilantes da empresa de segurança privada Centronic, suspeitos de matar o estudante Bruno Strobel Coelho Santos, 18 anos, filho do jornalista Vinicius Coelho. As prisões aconteceram em Curitiba e em Almirante Tamandaré, na noite de terça-feira (17). Os três teriam flagrado o estudante pichando um muro. A polícia informou que mais três vigilantes estão envolvidos e foram indiciados por tortura.
"Eles teriam levado o rapaz, à força, até a sede da empresa no Alto da XV, em Curitiba. Lá, o teriam torturado e, em seguida, levado para Almirante Tamandaré, onde Bruno foi assassinado com um tiro na nuca", contou o delegado-titular de Almirante Tamandaré, Jairo Estorílio. Segundo a polícia, os vigilantes resolveram assassinar o rapaz, depois de o estudante dizer que iria denunciá-los. "Ele era um jovem esclarecido. Bateram nele. Ele iria denunciá-los. Por isso resolveram matá-lo", disse o delegado.
Os vigilantes Marlon Balem Janke, 30 anos, Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues, 26, e Eliandro Luiz Marconcini, 25, confessaram ter matado o estudante. Segundo o delegado, Marlon provavelmente seja o autor do disparo. Os outros três indiciados por tortura são o supervisor dos operadores de monitor da Centronic, Ricardo Cordeiro Reysel, 32, e os operadores Leônidas Leonel de Souza, 28, e Emerson Carlos Roika, 34. "Prendemos Emerson por porte ilegal de uma pistola 380 lixada. Será pedida prisão dos três, por tortura", explicou o delegado. Segundo a polícia, testemunhas informaram que os três teriam batido no estudante na empresa.
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Desde o desaparecimento do estudante, a polícia trabalhava no caso. O corpo do jovem foi encontrado na segunda-feira da semana passada (08), depois de quase uma semana que o rapaz estava desaparecido.
Crime – O estudante Bruno Strobel Coelho Santos, 18 anos, teria ido pichar o muro de uma clínica na região do Alto da XV, depois de sair de um bar da região. Quando ele entrou no terreno da clínica, o alarme teria disparado e acionado a empresa de vigilância, que enviou um dos vigilantes ao local.
A polícia informou que Marlon e Eliandro amordaçaram, bateram e espirraram tinta no rosto do rapaz para humilhá-lo, junto com os outros empregados da empresa detidos. "Eles mesmos nos contaram a história de como aconteceu", afirmou o delegado. Em seguida, segundo a polícia, os dois colocaram o estudante no porta-malas do carro da empresa e se dirigiram para Almirante Tamandaré. Naquele município, encontraram Douglas, que foi junto até um matagal de uma estrada de chão, na região de Tranqueira.
Fiscalização – O delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, enviará ofício à Polícia Federal, a pedido do secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. O secretário pede para que a empresa Centronic seja fiscalizada com a máxima urgência pela PF, órgão responsável pela fiscalização destas empresas. Testemunhas informaram que os vigilantes presos podem ter cometido mais crimes. "Eu e o secretário Delazari conversamos e vamos anexar uma cópia do inquérito para enviar à Polícia Federal. Outros delitos podem ter sido cometidos por esses vigilantes. Esperamos que a PF tome algumas providências sobre isso", afirmou.
As informações são da Agência Estadual de Notícias.