A rebelião no minipresídio de Apucarana (53 km a oeste de Londrina) terminou por volta das 20h30 desta segunda-feira (26). A ação dos presos, que teve início por volta das 15h30, durou cerca de cinco horas. Tudo começou quando um investigador da Polícia Civil entrou na carceragem para transferir alguns detentos ao banho de sol. Eles se aproveitaram da situação para fazer o funcionário refém. O servidor acabou amarrado pelos rebelados.
O local, superlotado, tem capacidade para 120 detentos. Ele abriga, atualmente, 240 presos. Policiais militares e civis cercaram o minipresídio, durante a rebelião, para controlar a situação. O helicóptero do Grupamento Aeropolicial (Graer) da PM também foi usado no monitoramento da rebelião.
Os detentos exigiram a presença de promotores, juízes, representantes da imprensa e de entidades que defendem os direitos humanos, como a Pastoral Carcerária. "Depois de muita negociação, conseguimos fazer com que eles soltassem o carcerário", disse o o delegado-chefe da 17.ª Subdivisão Policial de Apucarana, Valdir Abrão.
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Os presos reivindicam a transferências de detentos, melhores condições sanitárias e alimentação de qualidade. Muitos sofrem com a lentidão dos julgamentos. Outros, já condenados, ainda não foram transferidos para unidades prisionais. Parte dos pedidos, segundo o delegado, vai ser atendida. "Mas o que eu percebi, na verdade, é que eles estão descontentes com o tratamento rigoroso que nós começamos a colocar em prática na unidade de algumas semanas para cá. Fizemos um esquema especial para coibir a entrada de qualquer tipo de droga e de aparelhos celulares", argumentou Abrão. "A gente entende que eles deveriam estar em melhores condições, mas todo mundo sabe que a falta de estrutura é realidade em qualquer cadeia do estado", completou.
No início da rebelião, os presos, encapuzados, ameaçaram tacar fogo em colchões e ferir o carcereiro. No entanto, apesar do susto, ninguém ficou ferido.