Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Cronologia do caso

Defesa de Cid acumulou recuos, de chance 'zero' a proposta de delação; entenda

Folhapress
08 set 2023 às 14:24
- Câmara dos Deputados
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

 A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), manifestou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta semana ter interesse em uma delação premiada.


Para ter validade, ela precisa ser aceita e homologada pelo ministro Alexandre de Moraes após avaliação das novidades e das provas que Cid estaria disposto a oferecer em relação ao que já foi apurado nas investigações.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A proposta ocorre depois de um vaivém do advogado de Cid, Cezar Bittencourt, sobre a disposição do militar de envolver Bolsonaro no escândalo das joias.

Leia mais:

Imagem de destaque
Acordo com MPPR

Ex-prefeito de Ivaiporã Pedro Papin vai devolver mais de R$ 1,3 milhão à Prefeitura

Imagem de destaque
Coronel do Exército

Alexandre de Moraes solta ex-assessor de Bolsonaro investigado por trama golpista

Imagem de destaque
Entenda!

Estudo avalia reduzir número de cidades da Região Metropolitana de Londrina

Imagem de destaque
Sai Alexandre de Moraes

André Mendonça, ministro do STF, é eleito para o TSE

Menos de um mês após assumir a defesa do militar, Bittencourt acumulou recuos em versões e chegou a afirmar que a possibilidade de Cid fazer uma delação era "zero".

Publicidade


*Assessor cumpre ordens do chefe*

Em 16 de agosto, em entrevista à GloboNews, o advogado Cezar Bitencourt disse que não sabia detalhes das acusações contra Cid porque havia acabado de assumir a defesa, mas destacou que o militar era um cumpridor de ordens.

Publicidade

"Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens", disse.


*Chance zero de delação premiada*

Publicidade

No dia 17 de agosto, o criminalista deu entrevista à Folha com tom mais ameno. Ele afirmou que o objetivo da Polícia Federal seria chegar até Bolsonaro, não Cid, e que a chance de fechar uma delação premiada seria "zero".

"A gente não pensa em delação, não tem nem por quê. Possibilidade zero. Vou fazer a defesa do Cid, não tem porque delatar ninguém. Eu sou contra isso."

Publicidade

Ele disse ainda que o trabalho de Cid não consistia em somente cumprir ordens.

"Assessor está lá para cumprir ordens, ajudar. Mas também não deixa de ter uma certa autonomia para fazer o meio, como, onde e quando. Essas coisas, um assessor competente e preparado, como é o Cid, o Cid é muito preparado. Excelente pessoa, intelectual, cumpridor de missões. Tem cabeça, inteligência", afirmou.

Publicidade


*Cid decide confessar*

No mesmo dia, horas após a entrevista, a revista Veja publicou reportagem com uma nova versão de Bitencourt. Nela, ele disse que Cid decidira confessar a atuação na venda das joias e declarar que havia cumprido ordem de Bolsonaro.

Publicidade

"O Cid não nega os fatos. Ele assume que foi pegar as joias. 'Resolve isso lá'. Ele foi resolver. 'Vende a joia'. Ele vende a joia [...] Na verdade, é confissão [e não colaboração]."

O advogado confirmou, mais tarde, a versão para a Folha e outros jornais. "Ele confessa que comprou as joias evidentemente a mando do presidente. Comprou e vendeu. 'Resolva esse negócio e venda', foi mais ou menos assim", disse.


*Esclarecimentos, não confissão*

Em 18 de agosto, porém, Bitencourt deu nova versão para o jornal o Estado de S. Paulo. "Não, não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Vejs (sic) não se falou em joias!", escreveu em mensagem.

Mais tarde, ele disse à GloboNews que o caso não se tratava de "joias", mas de somente uma: um relógio da marca Rolex. E que não se trataria de uma confissão, mas "esclarecimentos" a serem feitos aos investigadores.


Bitencourt disse ainda que Cid não iria culpar Bolsonaro pelo esquema. "Tem muitas coisas que não tem nada a ver. Na realidade houve um equívoco, houve má-fé. Em primeiro lugar [é um equívoco] que o Cid vai dedurar o Bolsonaro", afirmou.


Cid não incriminou Bolsonaro

No dia 31, Cid prestou depoimento de dez horas à PF sobre o caso das joias. No dia seguinte, Bitencourt disse que o ex-ajudante de ordens "assumiu tudo" e não incriminou Bolsonaro.

"Estão colocando palavras que não tem no Cid. Acusações ao Bolsonaro que não existem. E mais, esse problema se falou das joias, da recompra das joias, o Cid assumiu tudo", disse o advogado, em áudio enviado à GloboNews e ao qual a Folha teve acesso.

"Não colocou Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação em corrupção, envolvimento, suspeita de Bolsonaro. A defesa não tá jogando Cid contra o Bolsonaro", completou.


Proposta de delação

Nesta quarta (6), Moraes recebeu em seu gabinete uma proposta de delação premiada de Cid. A audiência em que foi relatada a vontade do militar contou com a presença do próprio militar e de Bittencourt.

De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi no G1, a PF aceita fechar o acordo --o tenente-coronel prestou depoimentos ao órgão nos últimos 20 dias. A proposta também deverá ser avaliada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), e caberá a Moraes decidir sobre eventual homologação.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade