A uma semana das eleições municipais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste domingo (25) do primeiro ato de rua da campanha para a reeleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Lula percorreu o bairro de São Mateus, na zona leste da capital paulista, em cima de um carro de som. Durante a campanha na rua, focou seus discursos em críticas aos adversários de Haddad que ocupam em empate técnico as três primeiras colocações nas pesquisas de intenção de votos, colando a imagem deles no governo do presidente, Michel Temer.
Lula lembrou as pesquisas de intenção de votos, que colocam Haddad na quarta colocação, para dizer que está acontecendo "uma coisa estranha em São Paulo". "Onde você chega no Brasil, incluindo em São Paulo, o povo não aceita o governo que não tenha sido eleito democraticamente. O povo preferia nova eleição já. O que eu acho estranho é que neste momento da história política de São Paulo, é que o povo que grita Fora Temer está, nas pesquisas, votando em três candidatos que apoiam o Temer. Se o povo não quer um, como é que está aceitando três?", questionou o ex-presidente.
Em críticas pontuais a cada um dos principais adversários de Haddad, Lula disse que entregar a prefeitura a um deles seria como colocar "a raposa para tomar conta do galinheiro". "A gente sabe que raposa não toma conta de galinha. Tucano, que é menor que raposa, já come filhote de passarinho, imagine uma raposa", disse Lula, em referência ao candidato do PSDB, João Doria.
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Em outra crítica a Doria, Lula disse que o PSDB não vale nem 1% do Partido dos Trabalhadores. "O Doria vocês sabem quem ele é e o que ele representa. Ele fica falando do PT, mas o partido dele não fez pelo País 1% do que fez o Partido dos Trabalhadores."
Lula também citou o deputado Celso Russomanno afirmando que ele, quando terminar o período eleitoral, deveria voltar a fazer os programas de TV que o tornaram conhecido. "O amigo Russomanno, é melhor ele esperar terminar a campanha e voltar para a televisão e ficar naquele programinha dele sendo defensor de coisa alguma".
Quando falou da senadora Marta Suplicy (PMDB), ex-petista, Lula disse que ela "mudou de lado" e lembrou que ela não é mais filiada ao PT. "Tem muita gente da periferia que acha que a companheira Marta ainda é do PT. Não é. Ela fez a opção pelo PMDB", disse.
Atrasado
Haddad chegou ao ato com 1h10 de atraso em relação ao horário marcado por causa de uma agenda anterior. Isso fez com que Lula, após 40 minutos de espera, iniciasse a caminhada sem o candidato a prefeito.
Ao subir no carro de som no meio do trajeto, acompanhado de seu candidato a vice, Gabriel Chalita (PDT) e do candidato a vereador, Eduardo Suplicy (PT), Haddad também focou seus discursos em ataques a seus concorrentes, focando principalmente nas ausências de propostas. "O que a oposição tem a oferecer? Olho para o Doria, Russomanno e para a Marta e não vejo nada de novo. Não adianta dizer 'sou gestor, sou gestor', ou 'vou cuidar de vocês'. Tem que dizer como vai fazer", disse Haddad, citando motes dos discursos de Doria e Russomanno.
Com a estratégia de massificar o número do partido, o candidato disse que "somente o 13 fez pela periferia de São Paulo". E ainda criticou os ex-prefeitos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), hoje ministros de Temer, afirmando que eles governaram a cidade "em uma época de ouro e nada fizeram".
O PT aposta na imagem de Lula na rua para causar o chamado "efeito 2012" para garantir um crescimento de Haddad suficiente para colocá-lo no segundo turno. "A gente sempre cresce 10 pontos na última semana e tem sido assim nas últimas semanas. Vamos intensificar o trabalho nesta semana para garantir vaga no segundo turno", disse Haddad.