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Relembrando

História recente: Belinati foi cassado há 9 anos

Loriane Comeli - Redação Bonde
20 jun 2009 às 11:18
A sessão histórica de cassação de Antonio Belinati durou cerca de 36 horas, se arrastando madrugada a dentro; placar foi de 14 a 6 - Folha de Londrina/Arquivo
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O único prefeito de Londrina a ter o mandato cassado na história da cidade foi Antonio Belinati, hoje filiado ao PP. Acusado de gastos abusivos e promoção pessoal na inauguração do Pronto Atendimento Infantil (PAI), o tri-prefeito perdeu os direitos políticos depois de 36 horas de julgamento, na manhã de 22 de junho de 2000. Catorze vereadores votaram contra Belinati e seis a favor.

A cassação se deu em razão das conclusões de uma comissão processante que apontou as irregularidades. Dias antes da votação, travou-se uma briga jurídica em torno da forma como seria dado o voto; partidários de Belinati defendiam o voto secreto, teoria que acabou não prevalecendo. Cientistas políticos declararam à época que, se não fosse o voto aberto, Belinati não teria o mandato cassado pelos vereadores, já que detinha maioria na Câmara.

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O futuro de Belinati acerca do escândalo começou a ser traçado em 1999, quando o Ministério Público passou a investigar as denúncias de corrupção na administração municipal. O principal fato estava relacionado à venda de 45% das ações da Sercomtel para a Copel, em abril de 1998, quando Belinati era prefeito e Jaime Lerner governador do Paraná.

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A venda resultou em R$ 186 milhões para Londrina, numa época em que um real valia um dólar. O então prefeito criou então o Cogefi, comitê de gestão financeira, fundo que bancaria obras estruturais para a cidade. Só que o dinheiro todo sumiu, segundo apurou o Ministério Público, e nenhuma obra foi feita.

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Posteriormente constatou-se que parte da verba foi utilizada para pagar despesas correntes da prefeitura; as investigações dos promotores – que se converteram em mais de cinco dezenas de ações civis de ressarcimento e criminais contra Belinati e seus secretários municipais – davam conta de que o dinheiro da venda da Sercomtel foi utilizado para financiar campanhas de políticos do grupo de Belinati.


O desvio teria se dado através de licitações fraudadas realizadas na então Companhia de Urbanização de Londrina, a Comurb (hoje CMTU), e na Autarquia do Meio Ambiente, AMA (hoje Sema), o que deu ao escândalo o nome de "AMA/Comurb".

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As fraudes consistiam principalmente em simular licitações com a ajuda de empresários mal-intencionados ou de empresas fantasmas. Vencia, neste caso, uma empresa "amiga" da prefeitura que não executava o serviço e, portanto, não precisava ser remunerada. O dinheiro iria então para as campanhas políticas. Segundo o Ministério Público, Belinati sabia e apoiava toda essa corrupção.


Com a cassação de Belinati, o então vereador Jorge Scaff assumiu a prefeitura para um mandato tampão que foi até o final de 2000. O vice-prefeito, Alex Canziani, havia renunciado ao cargo e o então presidente da Câmara, Flávio Vedoato, não quis assumir a prefeitura para poder se candidatar novamente naquele ano.


As eleições municipais de 2000 também tiveram resultado inesperado. Venceu o menos conhecido dos candidatos – Nedson Michelti (PT) – que fez uma campanha "do bem" e não tinha apoio de nenhum dos grupos políticos de Londrina, todos com baixa popularidade em razão do escândalo. Também disputaram a prefeitura naquele ano Luiz Carlos Hauly, Barbosa Neto, Luiz Eduardo Cheida e Farage Khouri, que tinha apoio de Belinati.

Em 2004, com os direitos políticos recuperados, Belinati disputou a prefeitura de Londrina e deu trabalho para Nedson Micheleti conseguir a reeleição. Em 2006, elegeu-se deputado estadual. Em 2008, Belinati foi o vitorioso, mas em razão de reprovação de suas contas pelo Tribunal de Contas do Paraná, acabou tendo a candidatura impugnada.


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