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A questão do desinteresse político.

04 jun 2010 às 15:44
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A QUESTÃO DO DESINTERESSE POLÍTICO.


Confesso que, quando eu era jovem adulto, não me interessava abertamente por política e que, sempre que algum conhecido aventava a possibilidade de fazer parte oficialmente dos ‘representantes do povo’, eu passava a vê-lo com olhos de dúvidas concernentemente ao seu caráter. Já houve época em que eu próprio pensei em ser um deles, mas o receio de ser julgado um falho de caráter fez-me retroceder.

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Hoje sei que estava errado, pois vejo que, apesar da existência de muitos corruptos e de maus políticos, somente a minoria dos que ocupam cargos políticos é aética; a maioria age conforme os padrões de normalidade, ou seja, age segundo as regras da sociedade, íntegra e honestamente. O problema é que a minoria corrompida é que ocupa a maior parte das páginas dos jornais e das revistas e do horário nobre na televisão. Já os honestos não aparecem muito, pois seu trabalho acontece de acordo com o que tem de ser, e isso não vende jornais, a não ser que apresentem algo grandioso à sociedade.

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QUEM SE INTERESSA POR POLÍTICA?

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Arnold Toynbee, economista inglês do séc. XIX, que lutava pela melhoria nas condições de vida dos trabalhadores ingleses, escreveu a seguinte frase: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." Segundo ele, portanto, os que se interessam por política são, no mínimo, mal-intencionados, pois, se ser governado pelos que se interessam é um castigo (e o maior deles!), claro está que não será um bom governo.


Será que podemos concordar com Toynbee? Os que se interessam por política só se interessam por si? Não se pode generalizar. Há os bons e há os maus. Há os que pensam no bem comum e há os gananciosos e egoístas. Isso em todos os lugares, em todas as áreas. Ou você pensa que todos os que estão ao seu redor, trabalhando com você, agem como deveriam agir mesmo? Em todos os escritórios, lojas, escolas, indústrias, etc., há representantes da minoria corrupta e aética. É só procurar com atenção que achará alguns deles ao seu lado.

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O HOMEM É UM ANIMAL POLÍTICO.


Para Aristóteles, filósofo grego do séc. IV a.C., "o homem é por natureza um animal político". Politicamos o tempo todo, no sentido de ter habilidade nos relacionamentos com os demais, para buscar os resultados desejados: Conquistar o coração da pessoa amada é fazer política; conseguir autorização dos pais para sair é fazer política; pleitear um aumento de salário é fazer política; pedir desconto numa loja é fazer política. Nós fazemos política constantemente; somos políticos por excelência. O que nos falta – não a todos, mas a uma grande parcela da população -, é passar a pensar na política como a organização das cidades, dos estados, da Nação. Falta-nos pensar a política como um trabalho em prol do bem comum.

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Não vejo necessidade de me candidatar a um cargo eletivo para fazer política em prol do bem comum. Posso ser muito útil à sociedade fora dos gabinetes. Posso prestar serviços à comunidade, retribuindo-lhe o que ela me proporcionou de bem em minha vida, auxiliando as demais pessoas naquilo que domino, em se tratando de conhecimento, ou trabalhando em serviços voluntários.


EXERCER CARGO PÚBLICO.

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Há algum tempo, num jantar, conversava com um político, que me disse que todos, para conhecer a política, deveriam exercer um cargo público por, no mínimo, quatro anos. Eu lhe disse que discordava e que achava que todos deveriam exercer um cargo público por SOMENTE quatro anos. Talvez seja esse o problema da política. A possibilidade de se transformar num político profissional e de ter a vida sustentada pela política talvez seja a grande responsável pela formação do corrupto (se é que já não está formado o caráter do corrupto).


Deveria ser como o Serviço Militar: uma obrigação trabalhar pela comunidade. Toynbee, porém, falou de "governar", não de trabalhar pela comunidade. Ocorre, no entanto, que, se houver bastantes pessoas de bem pensando no bem comum, mais gente boa conheceremos para eleger como nossos representantes e governantes. Mais pessoas interessadas por política não pensando em si somente.

Cada um de nós deveria pensar nisso e passar a agir assim. Mas tem de ser agora, pois, como também escreveu Toynbee: "O tempo certo para começar não é amanhã ou na próxima semana, mas agora".


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