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Não sou conduzido, conduzo.

18 dez 2009 às 16:11
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NÃO SOU CONDUZIDO, CONDUZO.


A bandeira da cidade de São Paulo é branca, tem a cruz da Ordem de Cristo na horizontal em vermelho, com um círculo também em vermelho no centro da cruz e com o brasão do município dentro desse círculo. O brasão traz os dizeres em latim Non ducor duco, cujo significado em Português é "Não sou conduzido, conduzo". Esse, supostamente, é o lema dos paulistanos, principalmente dos que são alçados aos cargos públicos de destaque, como o prefeito, responsável pela população e por oferecer a ela uma boa vida com educação, saúde, etc.
Acredito que ser eleito prefeito de São Paulo seja um triunfo sem igual. Numa cidade com mais de 19 milhões de habitantes e com mais de 7 milhões e meio de eleitores, ser o mais votado é uma honra. Houve um economista brasileiro, formado pela Universidade Federal Fluminense, com curso de Administração Avançada na Universidade Harvard, dos Estados Unidos, e com mestrado em Economia na Universidade de Leeds, da Inglaterra, eleito prefeito de São Paulo. No primeiro turno, ele teve mais de dois milhões e quinhentos mil votos, contra um milhão, duzentos e noventa mil votos do segundo colocado. Já no segundo turno, ele conseguiu mais de três milhões e cem mil votos, 62% dos votos válidos. Um verdadeiro triunfo! Também, com um currículo desses: cursos na Federal Fluminense e na Harvard e mestrado na Inglaterra não é qualquer um que consegue. Tem de ser uma pessoa inteligente, esforçada e perseverante. Tem de ser um verdadeiro caçador de sabedoria.

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CIDADÃO VITORIOSO?

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Quem é esse cidadão vitorioso? É Celso Pitta, prefeito cujo mandato é lembrado por denúncias de corrupção, que deixou uma dívida de dezoito bilhões de reais e que foi réu em treze ações, com denúncias que chegaram a quase quatro bilhões de reais. Foi afastado do cargo, que recuperou em seguida por meio de recursos. Foi condenado, posteriormente, a quatro anos de prisão e a devolver quase doze milhões de reais aos cofres públicos.
Celso Pitta morreu dia 20 de novembro de 2009, vítima de câncer no intestino. Seu corpo foi enterrado em São Paulo. Aproximadamente trinta pessoas, segundo o jornal O Globo, acompanharam a cerimônia. Trinta pessoas! O equivalente a 0,001% dos votos que ele recebeu para ser eleito prefeito de São Paulo é o número de pessoas que acompanharam a despedida a ele. É a representação do ocaso de um homem que chegou ao ápice, ou bem próximo dele. Trinta pessoas. Mesmo um indivíduo sem importância social alguma e sem poder econômico algum espera um número considerável de pessoas em seu sepultamento. Trinta pessoas. Isso representa o cônjuge, filhos, pais, parentes, cunhados, vizinhos, alguns amigos, colegas de trabalho, conhecidos, amigos dos filhos e curiosos. Só. Trinta pessoas.


NUNCA RECLAMOU DAS ACUSAÇÕES

A viúva de Pitta, Rony Golabeck, disse aos jornalistas que ele "era uma pessoa extremamente boa, mas que foi usado" e que "nunca reclamou das acusações; só lutava para que as pessoas conhecessem o Celso Pitta de verdade". Será que somente trinta pessoas conheceram o Celso Pitta de verdade? Ou será que ele não conseguiu mostrar quem era de fato? Era ele um cidadão íntegro usado por pessoas de má índole ou um dos sem-número de bandidos e corruptos que assolam a nação brasileira?
Pitta não conseguiu conduzir a si próprio ao destino que lhe estava reservado; deixou-se conduzir ou por pessoas ou por acontecimentos ou pela ganância ou pelo poder. Não atentou aos dizeres da bandeira da cidade que comandava. Não conduziu; foi conduzido e se perdeu no caminho. Um notável economista que poderia ter uma carreira brilhante, mas que, inocente ou culpado, transformou-se num símbolo da corrupção brasileira.
Nós, cidadãos comuns, temos de aproveitar esses exemplos (bons ou maus) para nos melhorar. Temos de saber que nós é que temos de conduzir nossa vida, sendo íntegros e éticos e não deixando que fatores externos nos prejudiquem. Nosso futuro depende de nossas ações, portanto não deixemos que nos conduzam, e sim conduzamo-nos a nós mesmos.


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