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Classe de 2005 – Parte 2

15 jul 2005 às 11:00

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Os moleques do Nine Black Alps devem as cuecas ao grunge - Reprodução
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Esta coluna segue com seu serviço de utilidade pública e apresenta mais três candidatos da safra roqueira de 2005. Em comum, Nine Black Alps, Art Brut e Duke Spirit só têm três coisas: são ingleses, estão lançando seus álbuns de estréia e estão sendo badalados pela imprensa especializada britânica. E eles merecem esse carinho? Você decide.

CANDIDATO 1

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QUEM? Nine Black Alps.

Leia mais:

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Prêmio de consolação

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Semestre gordo

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Sem má vontade

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Item obrigatório


COMO? Em seu álbum de estréia, "Everything Is" (Island – importado).

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PARECE O QUÊ? O Nine Black Alps é formado por moleques que acreditaram piamente na mentira de que o Nirvana teve alguma importância. "Everything Is" é cheio de pauladas que devem as cuecas ao grunge, mas (quase) sem choradeira e sem vocalista com voz de pato resfriado. Até as baladinhas, como a acústica "Intermission", estão impregnadas daquele fedor da turma de Seattle.


E PRESTA? A banda tem uma vontade louvável de fazer barulho, mas, como Silverchair e Bush já haviam avisado, o excesso de referências ao grunge nunca faz bem. "Everything Is" não é tão ruim quanto o som dos picaretas das camisas de flanela, mas é parecido demais com JJ72, Feeder e outros grupelhos sem sal que só fazem sucesso no Reino Unido.

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CANDIDATO 2


QUEM? Art Brut.

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COMO? Em seu primeiro álbum, "Bang Bang Rock & Roll" (Fierce Panda – importado).


PARECE O QUÊ? Esta banda londrina joga guitarras à Buzzcocks sobre vocais quase falados no estilo de Mark Smith, do Fall. O vocalista Eddie Argos se credencia como um Jarvis Cocker dos anos 00, graças às letras irônicas, o grande diferencial do Art Brut: "nós seremos a banda que vai escrever a canção que vai fazer com que Israel e Palestina se entendam", anuncia "Formed A Band"; "Emily Kane", a melhor música do álbum, é paixonite adolescente carregada de tiração de sarro, com reflexões galhofeiras sobre um amor perdido: "eu não a vejo há dez anos, nove meses, três semanas, quatro dias, seis horas, trinta minutos e cinco segundos".

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E PRESTA? O início do disco, com "Formed A Band", "My Little Brother" e "Emily Kane", é arrasador e sugere que o Art Brut é o grande calouro do ano. O restante do repertório, porém, cansa pela repetição e tem dificuldades para prolongar o entusiasmo – ainda que haja picos, como "Modern Art" e "Stand Down". Mas irregularidade é até perdoável num álbum de estréia.


CANDIDATO 3

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QUEM? Duke Spirit.


COMO? Em seu álbum de estréia, "Cuts Across The Land" (Polydor – importado).

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PARECE O QUÊ? Liderado pela vocalista Liela Moss, o Duke Spirit lembra a música de diversas mulheres que fizeram carreira com rock primal, soturno e cabeça: Nico, Patti Smith, PJ Harvey. "Cuts Across The Land" sabe ser visceral ("Dark Is Light Enough", "Lion Rip", a faixa-título), sensual ("Lovetones", "Bottom Of The Sea"), delicado ("Hello To The Floor") e ameaçador ("Red Weather").


E PRESTA? O Duke Spirit consegue alternar climas e levadas e não sofre da síndrome monocromática que afunda oito em cada dez novas bandas. Porém, ainda não esbanja personalidade e a voz de Liela eventualmente irrita.

Então, o leitor está se sentindo mais atualizado? Caso sim, pode pensar duas vezes – no intervalo entre a publicação desta coluna e a da semana passada, pelo menos mais três grupos despontaram em algum semanário inglês ou em algum site de música aventureiro como as novas sensações do quatro por quatro. A sua sorte é que você sabe bem que bandas realmente fundamentais não surgem em pencas...


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