Toque de Primeira

Sangue em São Januário

02 out 2003 às 15:45

Olá, amigos do esporte! São Januário é o abrasileiramento de San Gennaro, um bispo da região de Nápoles, Itália, que foi martirizado pelo imperador Diocleciano (284-305 d.C.). Há séculos repete-se um ''milagre'' relacionado a ele. Conta-se que foi guardada uma ampola com o sangue do bispo. Em datas específicas, duas ou três vezes por ano, o sangue ali ressecado fica novamente líquido, aumenta de volume e os fiéis saem em procissão mostrando o sangue de San Gennaro.

Uma das datas em que isso costuma acontecer é 19 de setembro, que é o dia do santo. Em 2003, pouco mais de uma semana depois do dia 19, mais precisamente no dia 28 de setembro, outra história de sangue envolveu São Januário, desta vez no Brasil, num evento nada espiritual, mas que por pouco também não deixou mártires.


Nesta data, dezenas de bandidos ligados à Torcida Organizada Força Jovem, do Vasco da Gama, agrediram covardemente jogadores, empregados e diretores do Coritiba. A agressão aconteceu dentro das dependências de São Januário, o estádio do Vasco, minutos depois de encerrado um jogo. O clube deixou abertos os portões de uma área, que deveria ser exclusiva e de difícil acesso. Quem ordenou a abertura dos portões? Como punição basta transferir os jogos do Vasco para o Maracanã?


Os diretores do Coritiba têm razão em exigir punição exemplar com prisão dos envolvidos, perda de mando de campo, perda de pontos e afastamento dos dirigentes do Vasco. Alguns descrentes, no entanto, acreditam que isso é o mesmo que pedir um milagre a San Gennaro.


O Pinto da Globo
O presidente da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, que decide como a Globo investe seu dinheiro no esporte, começa a fazer campanha para que se mude a fórmula de disputa do Brasileirão. Quer a volta de um quadrangular decisivo, ou um hexagonal.


Na quarta-feira, Tostão lembrou que os clubes desclassificados na fórmula de quadrangulares decisivos da segunda divisão, e aí está incluído o Londrina, ficarão três meses parados, sem programação. Os clubes que estão mal na classificação da primeira divisão têm que pensar nisso antes de apoiar uma mudança.


É bom conhecermos a opinião de outros estudiosos do marketing esportivo:
''A organização das competições deveria contemplar um projeto a longo prazo com calendários e forma de disputa racionais e fixos, teto de gastos para cada time, mais tempo para os melhores campeonatos, regionalização e maior divulgação dos campeonatos'' Luís Fernando Pozzi, mestre em administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, no livro ''A Grande Jogada - Teoria e prática do Marketing Esportivo'' (São Paulo: Globo, 1998).

''Se os campeonatos são confusos e os regulamentos de difícil entendimento, as pessoas, mesmo os torcedores mais fanáticos, que não são 'trouxas', fogem dos estádios... As consequências deste descalabro na administração do futebol brasileiro se refletem diretamente em nossos clubes. Estes tornam-se deficitários'' Francisco Paulo de Melo Neto, professor universitário e consultor em marketing esportivo, no livro ''Marketing Esportivo'' (Rio de Janeiro: Record, 1995)


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