Uma casa ou um ambiente de trabalho sujos, cheio de coisas acumuladas, desarrumadas não remetem os moradores a energias positivas. Pelo contrário, o ambiente em desordem atrapalha e estagna, tornando o local pesado, afetando todas as relações dos indivíduos que ali frequentam e denunciando que há algo errado com o emocional de quem frequenta ou vive em locais com estas características.
Esta é a análise da psicanalista Andréa Ladislau, que afirma que "sua casa é você assim como sua casa, você é".
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Ou seja, quanto mais desequilibrado é o ambiente externo, mas ele denuncia a bagunça interna do ser humano. Isto se dá porque, o nosso lar é o reflexo da nossa vida e de nós, e isso implica em tudo: físico, espiritual, sentimental, laboral, social e familiar.
"Quando existe a desordem, seja aparente e bem visível ao primeiro olhar, ou mesmo, apenas bagunçado dentro de gavetas e armários, as chances de se estar sofrendo com estresse, fobias, depressão e confusão mental, é muito grande", explica.
Segundo a psicanalista, a harmonia do ambiente é primordial para atenuar o estresse e a ansiedade interna, contribuindo para um melhor fluxo de energia.
Os lixos escondidos e acumulados em gavetas, por exemplo, assim como as roupas bagunçadas e acumuladas no armário, denunciam a procrastinação. O lixo pode ser retirado depois, as roupas organizadas em outro momento.
Tudo pode ser feito depois, amanhã. E assim, é a forma como o indivíduo conduz sua vida cotidiana: negligenciando suas emoções e sendo incapaz de tomar decisões e fazer escolhas no momento certo.
Por outro lado, pensando na mesa de trabalho, o acúmulo de papéis, canetas e livros pode refletir uma mente mais criativa.
"A pessoa que convive em um ambiente assim pode ter uma personalidade intensa e com muita sagacidade e vontade de realizar várias atividades ao mesmo tempo. Inclusive, está sempre em movimento. Mas corre um sério risco de ser bastante ansioso, imaturo e impulsivo", conta a psicanalista.
Ladislau ressalta, porém, que apenas a bagunça, o acúmulo de coisas e a desorganização evidenciam problemas relacionados à saúde mental.
Isso porque a limpeza exagerada e a atenção excessiva para a arrumação também podem apontar para questões da mente relacionadas à compulsão por limpeza, TOC (Transtornos Obsessivos Compulsivos), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade), neuroses, ansiedade generalizada ou depressão.
Em muitos casos, o indivíduo busca na higienização em excesso, a distração para eliminar da mente pensamentos intrusivos e desagradáveis ou a fobia intensa de germes e bactérias. Por fim, mais uma vez, as questões aqui apresentadas nos remetem aos excessos do ser humano.
"Todo excesso reflete uma falta: organização e limpeza de mais ou desordem e sujeira demais, demonstram o desequilíbrio psíquico que a pessoa possa estar sofrendo."
Nestes casos, a psicanalista aconselha que é preciso simplificar a vida e manter o que realmente vale a pena. Se livrar dos acúmulos, manter-se em ambiente limpo e organizado, sem sofrer, mas ordenando seu espaço externo e interno para se sentir mais eficaz e leve.
"Enfim, fica, portanto, evidente que, o íntimo se reflete no espaço físico ao qual estamos inseridos. É importante buscar ajuda de um acompanhamento profissional adequado para reconhecer possíveis gatilhos e corrigir os excessos", aponta.
O objetivo é aliviar os pesos mentais que aprisionam o indivíduo refletindo o adoecimento da mente humana, através de hábitos mais saudáveis que visam amenizam o estresse e a ansiedade.